a Sobre o tempo que passa: Modas que passam de moda

Sobre o tempo que passa

Espremer, gota a gota, o escravo que mantemos escondido dentro de nós. Porque nós inventámos o Estado de Direito, para deixarmos de ter um dono, como dizia Plínio. Basta que não tenhamos medo, conforme o projecto de Étienne la Boétie: "n'ayez pas peur". Na "servitude volontaire" o grande ou pequeno tirano apenas têm o poder que se lhes dá...

23.9.04

Modas que passam de moda



Muitos pensam que o tempo é o tempo que eles pensam que controlam, só porque mandam no mundo do agenda setting, só porque são moda que passa de moda.

E faltam os necessários homens livres.

Não serei de direita se tiver de reconhecer como símbolos da direita um tal John Marx que o ministro Alacagaitas fez director intelectual da repartição de pesos e batatas, um tal Pierre Socócó que se diz dono da vanguarda só porque dialoga com o William Pita e Pata no mundo dos blogues, ou um tal Peter MacTable que se pensa o novo super-Camões dos começos deste milénio lusitano.

Este país continua a ser este país sempre que vive na tristeza do seu quintal burguês, sempre que vive nesta fria clausura de uma classe de pretensos intelectuais que querem a sinecura e a prebenda, venha do Estado ou da empresa que gere a "pay list" dos donos do mundo.

Onde antigamente havia propaganda, há agora assessores de imagem e agenciadores de subsídios, neste ambiente de permanecente devorismo, nesta estúpida falta de autenticidade que nos continua a esfacelar.