Qual cimeira, qual carapuça, aquilo não dá horas e horas de tempo de antena, como vai ser no meu congresso, ainda por cima, quando o PCP e os bloquistas marcaram eventos para concorrerem comigo e me roubarem palanques, como, aliás, eu fiz quando ocupei o horário no dia do congresso do CDS, ao fazer uma conferência de imprensa anunciando a moção de estratégia que me obriga a ter que receber mais de noventa por cento dos votos dos militantes do partido? Eles não sabem que as parangonas vão, as parangonas voltam e ai de mim se temesse o novo canal da TVI.
Claro que a cimeira da União Europeia não tem interresse nenhum. Ela é como a pescada, a tal que antes de o ser já o era, pois os nossos colegas europeus, membros do G20, já prepararam tudo e, desta vez, não recebi prévios telefonemas do Sarkó, da Bruni, ou do Durão, só o Zapatero é que comunicou comigo em basco, por causa do convite que dizem que fiz ao venezuelano, perguntando quando é que este pedaço da jangada de pedra vai iniciar a sua viagem à deriva em circum-navegação, como o Fernão que morreu assassinado à vista da costa das ... Filipinas. Claro que esta Europa sempre foi aquilo que eu temi, uma chatice, com reuniões de muito inglês técnico, onde é bem melhor sermos representados pelo Amado, pelo Cravinho e pelo dos Santos, o Teixeira, não o Eduardo dos Santos nem o da Teixeira Duarte, o tal que foi da CNVM e substituiu o Luís Campos e Cunha.
Vou mas é para junto da minha gente. Essa compreende-me, sei comunicar-lhe os sonhos, eles batem palmas, olham-me olhos nos olhos e mandam-me para a frente. Não, eu não sou como essa senhora que anda à procura da verdade, mas ainda não leu o Bernstein nem a Fenomenologia do Ser de Sartre, tal como aquele que disse que a "Utopia" era do Thomas Mann, o primo do Chopin que compôs alguns dos fados da Amália. Desta vou mesmo virar para os Canhotos, para evitar a sangria que me fizeram aqueles rapazes do Bloco de Esquerda, quando deixaram de ser o partido dos directores-gerais, como o António, o Guterres, ainda conseguiu ter a ilusão de fazer...
Eis o discurso imaginado com que Sócrates fala para os respectivos benjamins botões, porque já disse quase tudo ao "Meia Hora": “Vai ser um exercício de palanque de José Sócrates. Uma apoteose”. Porque “todos os partidos transformam os congressos em tempo de antena”, mas no caso do PS – e numa altura em que o partido mais parece ser de ‘one man show’ – as duas moções que estarão em debate além da “Força da Mudança” de Sócrate “passam completamente para segundo plano”.
Já ontem tinha observado ao "Jornal de Negócios" que "o Estado é pequeno demais para resolver os problemas da crise. Mas vamos vendo um primeiro-ministro inundar o País com dinheiro que não tem, e a oposição a discutir a casca da árvore sem ver a floresta". Assim, "os confrontos parlamentares parecem um debate entre comentadores e não entre forças políticas". São "debates esquizofrénicos, para a demagogia e de pormenor". Mas sem que a imagem do Parlamento seja "pior do que a imagem do Governo ou da Justiça", dado que vivemos um problema de "infuncionalidade das instituições".
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