O profeta do a posteriori
O supremo vencedor é o que tem a ilusão de estar sempre com o lado certo da história só porque nomeia como linha justa o prognóstico que faz depois do fim do jogo. Ei-lo, o profeta a posteriori, o que não cultiva o sentido do risco, o que teme a vertigem da incerteza, temendo a derrota.
Ei-lo o educador do calculismo, o que nunca se engana e que raramente erra. Ei-lo especialista na gestão dos silêncios, apenas exagerando no elogio fácil do salamaleque de salão.
Entre a bernadização e o teofilismo, não passa de baço espelho de astrais iluminações alheias. Magro em reflexões próprias, apenas engorda a obra com alienígenas citações.
Mas conseguiu vencer entre os pobres de espírito, porque em terra de burros quem tem coice é cavalo garboso.
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