Rememorando fotografias da terra inteira, Balfour, Hiroshima e cabos transatlânticos de telégrafo
E lá vou continuando a pensar em paz e guerra mesmo à beirinha das cálidas ondas da preguiça de férias, onde vamos dando graças ao Criador por aqui não caírem as bombas do ódio, dado que as nossas explosões políticas e sociais estão sob rigoroso controlo de umas canalizações representativas que ainda funcionam. Porque os cálculos dos ganhos e perdas nos conseguem situar no pelotão dos que vão vivendo menos pior, no âmbito desses remediados vencedores da globalização. Felizmente que não fazemos parte da multidão dos injustiçados.
Neste recanto da Europa, entre muito linguajar turístico de loiros bosches e deslavados bifes, reparo que a velha aldeia dos pescadores foi submersa por imobiliárias e empreendimentos. Confesso que, assim, não apetece a tradicional metafísica do reflexionismo, dado que, infelizmente não trouxe leitura de fim-de-semana. Apenas apetece retomar a senda de escrever-me, encontrar em qualquer das curvas da escritura um sem porquê que me permita voltar ao necessário lirismo. Porque, se exercitar a palavra, todos os dias, surgirão palavras que vais guardando sem notares. Já tomei o meu banho atlântico, já sequei o corpo, olhando o sol de frente, já cumpri o plano de me me escrever.
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