a Sobre o tempo que passa: Que bom seria não haver guerrilha, ou terrorismo... (Pedaço de novo livro)

Sobre o tempo que passa

Espremer, gota a gota, o escravo que mantemos escondido dentro de nós. Porque nós inventámos o Estado de Direito, para deixarmos de ter um dono, como dizia Plínio. Basta que não tenhamos medo, conforme o projecto de Étienne la Boétie: "n'ayez pas peur". Na "servitude volontaire" o grande ou pequeno tirano apenas têm o poder que se lhes dá...

23.12.10

Que bom seria não haver guerrilha, ou terrorismo... (Pedaço de novo livro)



Que bom seria não haver guerrilha, ou terrorismo, e que a nossa governança pudesse ser gerida por um qualquer mecanismo. Que todo o mundo se reduzisse ao papel quadriculado de um projecto de cimento armado, sem as eternas angústias a que não conseguimos dar resposta, como a adoração dos deuses, de um só Deus, ou das coisas simples do amor ou as paixões cívicas que metem pátria, ideologia, camaradagem ou amizade. Que bom seria sermos todos categorias, abstractas e quantificáveis, susceptíveis de planeamento, sem as loucuras dos que ainda citam Platão, Confúcio, Cristo, Rousseau e Marx... (novo livro, p. 130)