a Sobre o tempo que passa: Autárquicas ou agências de promoção imobiliária? E a Eslováquia já está à nossa frente!

Sobre o tempo que passa

Espremer, gota a gota, o escravo que mantemos escondido dentro de nós. Porque nós inventámos o Estado de Direito, para deixarmos de ter um dono, como dizia Plínio. Basta que não tenhamos medo, conforme o projecto de Étienne la Boétie: "n'ayez pas peur". Na "servitude volontaire" o grande ou pequeno tirano apenas têm o poder que se lhes dá...

7.10.09

Autárquicas ou agências de promoção imobiliária? E a Eslováquia já está à nossa frente!



Ontem, fui, de fugida, a um dos palácios da cabeça de um reino que já não há, mas que ainda pensa ser capital e corte. Todos discutiam, nos seus passos perdidos, que o ministros seriam Luís ou Jaquim, devido à doença secreta do Trajano. Confirma-se que o poder continua a ser conspiração de avós, nascidos na I República, e netos, que brotaram na era dos jotas. A Eslováquia já está à nossa frente!


Gostei dos cartazes autárquicos. Estão cada vez mais parecidos com os das agências de mediação imobiliária, onde o candidato a presidente se veste de promotor da dita, para que os patos bravos continuem a instrumentalizar a política.


Abri o "mail", talvez contaminado, e notei como, por falta de tratamento de resíduos mentais, estávamos todos a ser transformados em cloacas de campanhas negras. Um candidato, agora, é dado como neto do assassino político de um presidente, só porque tem terminação homónima, embora não se importem, e bem, de certa duquesa ser descendente de um dos conspiradores do regicídio.


Como devemos ser todos descendentes de quem fundou o reino há oito séculos e mais de meio, cheguei à conclusão que o mal da endogamia nos transformou em manicómio em autogestão, onde até entregam o microfone da análise a figuras que não reparam que há mais de uma década andam todas a fazer setenta anos todos os dias.


Tenho pena de não poder votar aqui na freguesia da Carvoeira, dado que quase todos os dias encontro candidatos em campanha nas mesmas tascas onde vamos tomar o café da manhã, o café do almoço e o café da tardinha, esquecendo-me dos cartazes onde todos usam as mesmas gravatas do senhor presidente e onde se encontram relações familiares bem próximas de um dos candidatos do concelho com outro mandão do concelho vizinho, confirmando-se como a hierarquia das consultadorias é uma rede que ultrapassa a política do fontanário, neste neofontismo e neoconservadorismo onde até se mantém, de forma inconstitucional, o cargo de governador-civil que um tal Rodrigo da Fonseca implementou para gerir a chamada mesa do orçamento.