a Sobre o tempo que passa: Alerta vermelho! O capital continua a não ter pátria, sobretudo quando tudo tem um preço...

Sobre o tempo que passa

Espremer, gota a gota, o escravo que mantemos escondido dentro de nós. Porque nós inventámos o Estado de Direito, para deixarmos de ter um dono, como dizia Plínio. Basta que não tenhamos medo, conforme o projecto de Étienne la Boétie: "n'ayez pas peur". Na "servitude volontaire" o grande ou pequeno tirano apenas têm o poder que se lhes dá...

28.7.10

Alerta vermelho! O capital continua a não ter pátria, sobretudo quando tudo tem um preço...



A montanha da mobilização patriotorreca sobre a invasão espanhola do reino de Zeinal Bava acabou por dar à luz um adequado negócio capitalista. Sócrates põe (discurso), mas Lula dispõe, enquanto Zapatero prefere outras bandas largas. O conselho de Berardo sobre nacionalizarmos tudo, nem sequer teve como consequência a inscrição do madeirense no clube dos jerónimos...

Quem dispôs de adequada "inside information", como o Nicolau Santos do "Expresso", tanto acertou como influenciou. Mesmo o capitalismo de Estado, e dos super-estados, tem, às vezes, que aturar a opinião publicada, incluindo a que acaba por não marcar a opinião pública do "share". Ainda não está em vigor, em todos os sectores, a regra de processar o opositor e o dissidente, por falta de respeito às autoridades estabelecidas...

Gostava por isso de saber qual o capítulo da ideologia socialista que justifica a gorda "share" que apenas serviu de "chair" para o habitual negocismo do capitalismo global e da geofinança... Certamente, vão dizer que é para se defender a lusofonia, de maneira as gentes da Guiné Equatorial possam "papiar cristão" em menos de um ano, com a emissão da AR-TV...

Até o senhor ministro Mendonça já sentenciou sobre o que devemos entender por "interesses vitais do país". Prognósticos, só depois do apito final... Não me arrependo do aqui proclamei nos dias quentes do anticastelhanismo primário que a muitos enredou, sobretudo a certa direita sempre fora do tempo. Vão gozar com a tia deles, que eu gosto muito destas telenovelas lusotropicais!...

Claro que não comento a pedagogia do exemplo ontem missionada por um acumulador de prebendas e reformas, públicas e privadas, nesta sociedade de cultura de casino, onde ter poder é carro do Estado, motorista do Estado, secretária-funcionária do Estado e inúmeros gabinetes do Estado com secretárias a imitar as dos gabinetes ministeriais do salazarismo... E, sobre o caso "Freeport", apenas repito o que disse em directo ao Mário Crespo, no dia em que o mesmo explodiu: ataquem o Sócrates politicamente, não façam cobardes pegas de cernelha...
Roque Santeiro, hoje, já dá nome ao maior mercado do mundo, paradoxalmente gerado pelos restos decadentes de certo afro-estalinismo!