a Sobre o tempo que passa: Demagogias pimbas de Verão. No DN de hoje

Sobre o tempo que passa

Espremer, gota a gota, o escravo que mantemos escondido dentro de nós. Porque nós inventámos o Estado de Direito, para deixarmos de ter um dono, como dizia Plínio. Basta que não tenhamos medo, conforme o projecto de Étienne la Boétie: "n'ayez pas peur". Na "servitude volontaire" o grande ou pequeno tirano apenas têm o poder que se lhes dá...

11.7.10

Demagogias pimbas de Verão. No DN de hoje


Quando a política de Verão assume o ritmo pimba, misturando tiradas “patriotorrecas” com sobranceria do estadão salazarento, nem sequer é paradoxal que o chefe da secção nacional de um partido multinacional perca as estribeiras e declare que o irmão-inimigo, da multinacional rival, criticou a pátria no "estrangeiro", a tal Espanha que é 50 contra 10 em população e três vezes o nosso nível de vida.


Mas os tácticos sem estratégia devem ter aconselhado nessa da xenofobia jacobina de má memória. E até podem vir a confundir Bruxelas com Cristóvão de Moura, esquecendo-se que defenestrado foi, não o feitiço, mas o feiticeiro.... E há que aproveitar esta janela de oportunidade, quando os laranjas sofrem de soberania condicionada, por estarem condenados a apoiar uma recandidatura que obriga o país a ficar adiado e dependente de refeições com muito queijo limiano, pondo-se a hipótese de Portas suceder a Freitas do Amaral como ministro de Sócrates, neste regresso da politiqueirice da “imagem, sondagem e sacanagem” (Alegre está arrependido de ter inventado a tríade...).


É que, apesar de tudo, há sempre receitas disponíveis para a perfídia da “vichyssoise”, coisa a que alguns chamam diplomacia...