a Sobre o tempo que passa: Campanhices...

Sobre o tempo que passa

Espremer, gota a gota, o escravo que mantemos escondido dentro de nós. Porque nós inventámos o Estado de Direito, para deixarmos de ter um dono, como dizia Plínio. Basta que não tenhamos medo, conforme o projecto de Étienne la Boétie: "n'ayez pas peur". Na "servitude volontaire" o grande ou pequeno tirano apenas têm o poder que se lhes dá...

7.1.11

Campanhices...

1
Alerta de tsunami. Querem tapar as fendas de muitos gigantes com pés de barro, depois de utilização de bombardeiros para afastamento de nuvens de insectos. Os pássaros apenas caíram por causa do fogo de artifício. Mas em Lisboa já troveja.


2
Do episódio das Pudley/BPP, apenas retiro que há agências de recrutamento de homens das artes e das letras que funcionam como as que promovem a socialite das revistas cor de rosa. Para que os primeiros dedilhem contra os nichos de mercado das ditas tias de Cascais e da Foz do Douro, com os seus eventos, a contado...


3
Se as primeiras continuarem a ser a esquerda e as segundas, a direita, compreenderei melhor a decadência...


4
Da direita que convém à esquerda, do vice-versa e do vira o disco e toca o mesmo, sempre à esquina, a mexer na concertina...


5
Considero-me totalmente esclarecido com aquilo que, ontem, Alegre disse na RTP. Fiquei hoje totalmente elucidado com aquilo que Cavaco disse na TSF. Ambos caíram na mesma esparrela. Ambos perderam.


6
Infelizmente, há por aí muitos restos das direitas e das esquerdas mais estúpidas do mundo. Alguns conselheiros de certa direita cobarde ainda são arrependidos da extrema-esquerda de que sempre desconfio. 


7
Até porque andam de braço dado com os tradicionais inimigos: os agentes do fanatismo, da ignorância e da tirania!


8
Nunca deixarei de atribuir a Alegre a dimensão do pretérito perfeito de um Abril que vai de Salgueiro Maia a Melo Antunes, com Jaime Neves na hora certa. E não deixarei de resistir aos tropas que não quiseram cumprir a voz do povo, medida pelas eleições livres de 25 de Abril de 1975, e aos que sempre nos instrumentalizaram para um regresso à ditadura.


9
Cavaco e Alegre, bem como ilustres apoiantes dos mesmos, estiveram na mesma barricada a 25 de Novembro de 1975. Por favor, não deixem que a liberdade conquistada por valores mais altos, possa ser enredada pelas conveniências populistas, arrivistas e demagógicas, de que só beneficiarão os inimigos da democracia, à direita e à esquerda.


10
Confesso que eu próprio nunca poderia ser actor político, porque faço tantas confusões de verificação de contas como Alegre. Confesso que também era capaz de confiar a minha carteira a Cavaco. Mas nunca confiarei politicamente nalguns dos propagandistas recentes de Manel. E jamais confiaria a minha carteira a antigos e presentes amigos políticos de Aníbal.


11
Até ontem ouvi e vi o comunista da Madeira, vestido de Tiririca, que teve a coragem de se mostrar inteiro. Espero que os controleiros constitucionais das magistraturas tenham feito adequado registo, para os devidos efeitos. É tudo bem mais grave do que as Pudley e as compras e vendas de acções de Aníbal


12
Os casos que atrapalham Alegre e Cavaco são desses normais-anormais que cabem ao jornalismo de investigação. E por acaso foram por ele descobertos, em quase todos os contornos. Só que agora há os altifalantes de campanha, agitados pelos dos respectivos campanheiros e deputados, em agitprop, dita publicidade. E os publicitários políticos são sempre uns exagerados.


13
Não desconfio minimamente de Cavaco e de Alegre enquanto pessoas. Todos confirmam como meteram os dois o ilustre pé no lodaçal de um novo tempo político já sem a grandeza de outras eras. Outrora, ninguém atacou Soares com os argumentos do livro de Rui Mateus e muito bem.


14
Muitas entradas de leão, algumas saídas de ... rasteiro, nestes soldados da política que não se desviaram de certas minas, de alguns desvios de armamento e de ataques furtivos, típicos da guerra subversiva. Não dá o bate e foge das auditorias a que só alguns têm acesso e todos podem saber porquê.



15
Transformar documentos da pide em peças jornalísticas ou utilizá-los como pretexto para ataques a adversários políticos é subscrever métodos da pide e dos seus antecedentes e lugares paralelos, dos vigilantes revolucionários e formigas, aos moscas do intendente. Infelizmente, continuamos herdeiros dos inquisidores!


16
Vou utilizar aqui um palavrão, pela primeira vez: "os pides eram mesmo filhos da p...". E os novos pides que por aí se disfarçam, incluindo os pretensos espiões que muita boa esquerda de comissões de honra protege, não passam de novos filhos da mesma mãe, para que a culpa morra solteira!


17
Os meios não justificam os fins. Sobretudo, os da falta de jornalismo de investigação e de fiscalização parlamentar.


18
Não brinquemos com coisas sagradas.