a Sobre o tempo que passa: Uma nostálgica identidade rural

Sobre o tempo que passa

Espremer, gota a gota, o escravo que mantemos escondido dentro de nós. Porque nós inventámos o Estado de Direito, para deixarmos de ter um dono, como dizia Plínio. Basta que não tenhamos medo, conforme o projecto de Étienne la Boétie: "n'ayez pas peur". Na "servitude volontaire" o grande ou pequeno tirano apenas têm o poder que se lhes dá...

29.12.10

Uma nostálgica identidade rural



Por trás desta máscara,
há olhos de menino
e grisalhos cabelos, em desalinho.
Há um ser feito revolta,
com as mãos calejadas
de escrever-se
e as unhas, negras
de tanto moldar, em barro,
a própria estátua de sonho.
Não passo de um pedaço
da minha própria história
e, imaginando a experiência,
procuro fazer, do todo,
um eu comum,
pensado em mim.
(pré-publicação de mais um pedaço do livro, a editar em Janeiro, p. 94)