Os provincianos da capital temeram Miguel de Sousa...
Alberto, o líder do anticavaquismo, já apitou, mas não chegou ao bombo
Respondendo a Pacheco Pereira, para quem "Cavaco seria a melhor (moeda) e deveria ponderar as consequências do seu próprio artigo no Expresso. É mais preciso no governo do que na Presidência da República. Se quiser tem tudo e todos com ele", eis que Alberto João Jardim, considerou "inqualificável o comportamento e as declarações" do ex-primeiro ministro e ex-líder do PSD, Cavaco Silva. Porque este "anda a fazer declarações públicas que prejudicam o PSD, que causam agitação e instabilidade no país e que ainda por cima tem a ousadia de se permitir definir quem são os bons e os maus políticos". E "em democracia os maus políticos são aqueles que são rejeitados pelo povo e o povo já o rejeitou numas eleições presidenciais". Até anda "a receber elogios públicos de Mário Soares, o que não é uma boa recomendação".
O ministro que nos iria pôr na ordem
Logo, defendeu que deve ser Pedro Santana Lopes a encabeçar a luta do PSD nas próximas eleições legislativas, acrescentando: "e só o facto do professor Cavaco Silva não gostar que ele seja o líder do partido é mais uma razão para eu apoiar Santana Lopes". A razão é clara: "tenho a impressão que há em Lisboa quem se assuste com a entrada de madeirenses em funções governativas na República porque toda a gente sabe o que nós pensamos do sistema político e que, nós a irmos para lá, é para meter aquilo tudo na ordem". Por outras palavras, Sampaio demitiu o governo porque não quis dar posse a Miguel de Sousa, porque com a ascensão deste e a posterior chamada de Guilherme Silva, Portugal passaria a ter uma nova ordem, o sistema político seria arrasado e seriámos definitivamente um jardim à beira mar plantado, consumindo as bananas, contra as quais se têm erguido as conspirações da maçonaria internacional, comandada por George Bush, pai...
Com um chefe de partido da respectiva linha verbal, a fogosidade jardineira começa a perder originalidade. Daí o pouco impacto das respectivas declarações anticavaquistas de 5 de Dezembro, onde clama contra o regime, os colaboracionistas, os situacionistas e a brigada do reumático, isto é, aliança de Cavaco e Soares, defendendo Santana como o instaurador da 4ª República. Mais curiosas foram as afirmações de Ângelo Correia contra o barrosismo, explicando que os desaires de Santana se devem ao facto de este ter mantido Morais Sarmento e Arnô como ministros. Falta que chegue um qualquer Vicente Jorge Silva, clamando contra a tralha guterrista. O PPD começa a estar no seu melhor. Até me disseram de um destacado líder que ainda há dias dizia em "offf", sobre Cavaco, que o partido não paga a traidores, ao mesmo tempo que explicava o seu apoio a Santana, porque era conveninete tirar uma boa fotografia nas exéquias.
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