As concepções estruturadas de democracia e a injecção presidencial assistida, com ministros de Salazar e tudo
Paris continua a arder pelo oitavo dia consecutivo de ética republicana e pedrada, na Ásia anunciam-se novos focos de gripe das aves, mas por cá chegou o sol de São Martinho, enquanto o evento do MTV levou Lisboa a mil milhões de espectadores, dando a vitória aos lusitanos The Gift que não são mandatários para a juventude de nenhum candidato presidencial. E sem "leit motiv" para postalizar, pouco me interessa que a Zezinha não tenha feito acordo com o Carmona e que "vá trabalhar de graça para Lisboa". Apenas estou remoendo aquilo que o marismo disse do anibalismo, isto é, que o personalizador deste último "não tem uma concepção estruturada da democracia".
Pensei que era por causa dos programas espectaculares de história que eram apresentados na RTP por um ex-ministro de Salazar, desconfiei que era por causa de Cavaco ter na comissão de honra um ilustre ex-ministro de Salazar e de Caetano para a justiça, mas reparei que Soares também tem um ex-ministro de Caetano na sua homónima e que não conseguiu mobilizar um ex-ministro também de Salazar para a dita cuja, dado que ele continua a ser o cérebro da reforma do nosso ensino superior, posto a que acedeu substituindo um outro ex-ministro de Caetano e de Soares, a partir da respectiva postura de curador da fundação de Stanley Ho, que parece disponível para substituir o Estado português como accionista de Cabora Bassa.
Descobri que a questão se deve prender com a afirmação de Cavaco em defesa de salas da injecção assistida no palácio de Belém, dado que, na Universidade Nova, o ex-colaborador de Alfredo de Sousa, terá dito, ontem, que as eleições presidenciais de 22 de Janeiro são um "evento" que pode "injectar uma dose de confiança na sociedade portuguesa", autodefinindo-se, subliminarmente, como o seringueiro de tal dose. Para quem quer escapar à ameaça de picadela, resta-lhe, naturalmente, saudar a entrevista do senhor duque de Bragança que encima este postal, para declarar a sua estruturada fé anti-iberista e anti-burbónica, recordando os casamentos que provocaram 1580 e sem necessidade de recurso à ideologia da ética republicana, inventada por Kant que, além de maçon, também era monárquico, ao contrário de Américo Tomás e Adolfo Hitler, que sempre foram republicanos. Por favor, onde fica o exílio?
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