O presidente reina mas não governa... ou de como o super confundiu o quadrado
Pediram-me do "Diário de Notícias" que comentasse o debate Soares/Alegre:
Tivemos finalmente uma discussão política de excelência, porque quando existe um objectivo claro surge um debate, especialmente quando ambos os contendores queriam demonstrar que um deles era melhor do que o outro, para poder concentrar o voto útil anti-cavaquista, sem a táctica do ferrolho à procura do empate.
Soares tentou assumir-se agilmente, como superior na experiência, na sabedoria e até no sarcasmo, estendendo as próprias críticas a Cavaco. Chegou mesmo a atacar directa e quase brutalmente Alegre, enumerando de forma satírica alguns elementos curriculares do mesmo.
O famoso letrista deixou-se encurralar de tal maneira que quem mais acabou por acusar Soares foram os moderadores, que tiveram a virtude de deixar o contraditório fluir.
Para mobilizar o voto útil, Alegre não insistiu no seu ponto forte, de ataque à partidocracia e nem sequer ousou denunciar a circunstância de Soares ter pactuado com uma década de cavaquismo.
Os pontos altos de Soares atingiram-se tanto quando interrogou directamente o contendor, assumindo-se como examinador e líder, com quando renunciou a discutir miudezas programáticas sectoriais, deizendo não querer tratar de banalidades, dado que o presidente reina mas não governa.
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