Foi dentro de nós, da comunidade das coisas que se amam, que tudo aconteceu
Os cerca de duzentos mortos do acidente de São Paulo exigiriam que não mais se emitissem notas oficiais como as que informam não haver notícias sobre os portugueses na lista das vítimas. Deveriam exigir que, em primeiro lugar, se manifestasse dor e até dupla cidadania colectiva. Foi dentro de nós, da comunidade das coisas que se amam, que tudo aconteceu.
Será também inadmissível que aproveitemos o pretexto para avaliar a Portela mais um, Alcochete e Ota. Vale a pena notarmos como são fracos os nossos elos informativos com o Brasil, onde os correspondentes, pelo telefone, fazem televisão e onde algumas redacções recebem notícias, nem sequer as procurando nos jornais brasileiros disponíveis na "net".
O Brasil, da Embraer, que ocupa um dos primeiros lugares do mundo na aeronavegação, vive em profunda crise de desinvestimento neste sector, como se tornou patente desde o acidente do GOL. Quem se desleixa em conter os ventos pode acabar por sofrer graves tempestades, numa área onde importa reconhecer que o seguro não deve morrer de velho.
Hoje, não vale a pena criticar Lula, importa cuidar dos vivos e enterrar os mortos, quando eles são da minha querida segunda pátria.
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