Regresso da neve de Istambul...
Porque estamos, sobretudo, mais pobres de espírito, dado que cresce aquilo que outrora se qualificou como a ditadura da incompetência de um Estado de Partidos feito de partidos de Estado, enredados naquelas crepusculares disputas de um bloco central de interesses que, afinal, não passa de um conjunto de bonzos, ao mesmo tempo que a esquerda e direita sistémicas entraram no bailado dos canhotos e dos endireitas, como aconteceu com a I República, na véspera do caso Alves dos Reis.
A partidocracia, o governo, o parlamento e o presidente que temos são aquilo que merecemos. Porque vemos, ouvimos e lemos e preferimos ignorar. Com efeito, o mais dramático que vivemos está na decadência da cidadania e na consequente crise, não da democracia ou da nação, mas do Estado a que chegámos, dado que, em nome das lentilhas de um país de remediados, voltou aquele atavismo absolutista, para o qual o Estado são eles, os donos dos aparelhos de poder, e não nós todos, a comunidade, a república, enquanto coisa pública que exige o bem comum e não precisa de pequenos Césares de multidões, mesmo que sejam ricos homens de espectacular sucesso.
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