Neste Portugal dos pequenitos com a mania das grandezas, custa muito ser homem livre...
No dia seguinte à pequena Grande Depressão, o capitalismo global vai nacionalizando através da injecção de fundos no rabo da banca, numa terapêutica sem prévia vacina. Os utópicos que, dantes, discursavam sobre a chegada da felicidade globalizadora, mudaram o bico ao prego e proclamam agora o fim da história de uma era dita liberal. Por mim, apeas me apetece saudar a democracia norte-americana, onde os partidos não obedeceram a presidentes, governos, candidatos a presidente e directórios partidários. Obedeceram aos mandatos que receberam do povo, mesmo que tenham cometido erros. Julgo que na democracia da América ainda vigoram alguns dos princípios básicos das revoluções atlânticas, entre os quais se inclui o de poderem os cidadãos criticar o chefe de Estado, o chefe de governo, o chefe de partido, bem como todos os que ascenderam ao poder em disputa democrática. Em muitos segmentos da nossa Bielochina, quem lá chega acima, pela concorrencialidade de opções eleitorais, mesmo que seja o pequeno poleiro de uma capoeira de quintal, tem o dever de copiar as regras da democracia do todo. Infelizmente, esquecem-se que o hábito não faz o monge e que nenhuma cultura totalitária o deixa de ser só porque meteu um verniz emprestado pela vontade de poder, o tal poder pelo poder, onde há actores que, para o exercerem, admitem o assassinato do outro.
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