O barulho das ondas, o fulgor do sol, o porquê da dor
Sobretudo aquele dia de sol, entre o mar e a serra, quando o verde dos pinhais nos fez assobiar. Nesse dia me recordo que, no infinito, prometi que te havia de ensinar esta sede de mar que é Portugal dentro de mim. Que a pátria não será nasceres aqui por acaso, mas o segredo que à liberdade dá sentido.
Apenas tenho medo de não saber dizer-te que além do mundo pode ser Deus. Prefiro ensinar-te os sinais que o pressentem: o barulho das ondas, o fulgor do sol, o porquê da dor. Em minhas mãos hás-de sentir o mistério de existir que sempre te há-de marcar. E depois quando cresceres por ti próprio tudo vais reaprender. Que sejas sobretudo um navegante! E se fores navegante com sentido de distância haverá sempre ilhas por descobrir no oceano da existência.
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