Contra o federalismo neojacobino de uma assembleia única
Porque me acordo quase sempre nas vésperas antigas, entre as quatro e as seis da manhã, raramente consigo apanhar as televisivas ou internéticas emissões que aquecem por volta da meia noite. Não, não estou a referir-me às abstracções de Gianni Bertini, aparecidas em 2004, mas talvez à tertúlia de ontem, com um ilustre candidato a deputado europeu que, muito à cabeça de lista, se disse federalista à maneira de Mário Soares, qualificando os dois como os únicos que assumem tal posição, mas justificando tal atitude pela defesa de uma constituição europeia, a emitir por uma assembleia europeia constituinte. O senhor candidato, que também ontem se assumiu como cristão progressista, por causa do apoio que dá a um sucedâneo de casamento para os homossexuais, não sabendo também se chegou a assinar a ficha de militante do CDS, por causa do apoio que prestou a Lobo Xavier, está no seu direito de entender a Europa dessa forma neojacobina de baptismo catolaico, mas talvez deva admitir que o mundo das ideias é bem maior do que o espaço do respectivo conhecimento paroquial. Chamo-lhe neojacobino não doloso, porque ele não se eximiu na adjectivação fácil de estalinista, para com um meu antigo professor.
<< Home