a Sobre o tempo que passa: Chamem a Elisa! Chamem a Elisa!

Sobre o tempo que passa

Espremer, gota a gota, o escravo que mantemos escondido dentro de nós. Porque nós inventámos o Estado de Direito, para deixarmos de ter um dono, como dizia Plínio. Basta que não tenhamos medo, conforme o projecto de Étienne la Boétie: "n'ayez pas peur". Na "servitude volontaire" o grande ou pequeno tirano apenas têm o poder que se lhes dá...

4.6.09

Chamem a Elisa! Chamem a Elisa!



Estava um pobre cidadão liberal a pesquisar a sondagem da LSE, que confirma a nossa entrada em contraciclo político face à Europa, quando as televisões nos anunciavam que Vital Moreira saíra em ombros no Bolhão, pouco depois de Sócrates clamar pela Elisa e de algumas vendedeiras gritarem que só votariam no "fêquêpê", quando o Pinto da Costa se candidatasse...
Se fosse cidadão do Reino Unido, votaria naturalmente Liberal Democratic Party. Cá não há nenhum da família. Na Suécia, iria para o Folkpartiet liberalerna, ou para o Piratpatiet. Cá também não há. Como não há os irmãos peninsulares do Partido Nacionalista Vasco, os holandeses dos Democraten 66, os italianos da Italia dei Valori, os franceses do Mouvement Démocrate, os alemães do FDP, os flamengos do VLD, etc., etc.. Estive com eles na reunião de Dakar. Não desisto de me livrar da tenaz do PPE e do PSE.
Entretanto, lá me caiu uma notícia do "Público", onde um banqueiro "mailava" a um bancário, propondo para o BPN o modelo da FLAD, com os mesmos nomes e tudo, para descanso de Manuela Ferreira Leite, assim desmentindo Vital Moreira, dado que tanto o PS como o PSD (CDS) estão plenamente irmanados no tradicional rotativismo devorista. Porque quando, numa das secções da mesa do orçamento (nomeadamente da universidade e das negociatas dos emplastros), ou da economia privada (mas sem ser de mercado), um dos manos inimigos é dominante, sempre consegue, para o parceiro, uma lista de comensais carimbados, para o adequado rapar do tacho, de acordo com a velha tradição dos regeneradores e dos progressistas. E seja qual for o resultado eleitoral, nunca o partido que perder fica a perder tudo, assim se garantindo que os feitores e capatazes são inferiores aos verdadeiros donos do poder, finalmente denunciados... Garanto-vos que, por tudo isto, não irei votar nos regeneradores alargados nem nos progressistas. Abaixo o devorismo! Já não me levam nessa do voto útil...