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Sobre o tempo que passa

Espremer, gota a gota, o escravo que mantemos escondido dentro de nós. Porque nós inventámos o Estado de Direito, para deixarmos de ter um dono, como dizia Plínio. Basta que não tenhamos medo, conforme o projecto de Étienne la Boétie: "n'ayez pas peur". Na "servitude volontaire" o grande ou pequeno tirano apenas têm o poder que se lhes dá...

22.12.09

E tudo o vento vai levando, neste cantinho de moinhos decepados


Partido onde não há votos, todos ralham e ninguém tem razão. Dizia-se do CDS freitista: "um grupo de amigos que cordiamente se odeiam". Repete agora Santana sobre o PSD é "uma federação de pessoas que se detestam". É tudo um problema de fome.


Foi, portanto, penoso ver, ontem, a Drª Manela, armada em Sancho Pança, num discurso para telejornal, não perceber o que ela própria tinha escrito, quando atingia o clímax comunicativo.


Foi, aliás, directamente proporcional ao discurso de Sócrates, no mesmo palácio dos jantares de Natal, numa caricatura de Quixote, elogiando Sérgio Sousa Pinto e Ricardo Rodrigues.


Todos eles são combativos. Pena que faltem moinhos, com tanto ventania...


Hoje foi Sócrates II, na casa da democracia, fazendo má propaganda. Porque a boa propaganda é aquela propaganda que não parece propaganda. Temo que, entre os situacionismos e as oposições, continuem a faltar lugares comuns e sem estes não pode haver diálogo. Temo que os adversários se transformem em inimigos...