a Sobre o tempo que passa: Eis-nos! De Teresa Vieira

Sobre o tempo que passa

Espremer, gota a gota, o escravo que mantemos escondido dentro de nós. Porque nós inventámos o Estado de Direito, para deixarmos de ter um dono, como dizia Plínio. Basta que não tenhamos medo, conforme o projecto de Étienne la Boétie: "n'ayez pas peur". Na "servitude volontaire" o grande ou pequeno tirano apenas têm o poder que se lhes dá...

24.1.10

Eis-nos! De Teresa Vieira


Pois nenhum de nós é a soma dos Eus e muito menos dos Eus que os outros julgam comandar.

Temos de arranjar meio e modo de convencer os "novos filósofos" deste suposto reino, que eles têm o seu lugar marcado na representação dos próprios e aderentes e nada mais; acrescendo que se o futuro não é futuro, deve-se em muito ao insucesso dos Eus que comandam e dos Eus que obedecem.

Todos são uma mão apertada de impossibilidades e o que dizem não constitui, por si, um corpo explicativo coerente ou transformador da réstea de mundo, quer no sentido idealista quer no sentido materialista.

Não esqueçamos que o que caracteriza estes "novos filósofos"é o pensamento facilmente discernível com principio teleológico assente no vácuo transversal do discurso.

O que os move é, a consciência do logro e da fraude e não do equívoco, sendo que a fraude acima de tudo existe, porque o sujeito está sujeito a ser o agente impossível.

Eis-nos num dia de luz de Domingo: que Platão e Schopenhauer não desistam de nós!

Teresa Ribeiro Bracinha