O escritor peruano Mario Vargas Llosa é o Prémio Nobel da Literatura de 2010.
Para mim a Literatura é também um reflexo do real, um horizonte, um real literário e cultural um tudo no que Mallarmé disse naquela célebre frase “tout existe pour aboutir un livre”.
Vargas Llosa que está em Manhattan a leccionar neste momento na Universidade de Princeton, nunca deixou por dizer o quanto a Literatura fora o seu primeiro berço simbólico.
Vargas Lhosa teve, na minha opinião, um método curiosíssimo de libertar a contradição no esclarecimento das estruturas do poder, preocupando-se particularmente com os países onde não há democracia ou onde a liberdade está ameaçada.
Vargas Llosa empenhou-se sempre na luta pela liberdade individual: na luta por um valor criativo e sem derrota.
Recordo a riqueza de detalhes sobre a vida do sertão baiano. Recordo o quanto ele sabia distinguir uma verdade pensada de uma verdade enquanto resultado diferido de algo que acontece.
“A Guerra do Fim do Mundo” (1981) e a "A Casa Verde" (1966) livro muito autobiográfico, são ambos manifestações óbvias de um grau de perfeita boa consciência cultural.
Acredito que Vargas Llosa será sempre um revolucionário perfeitamente de acordo com o seu raciocínio e também um conservador que não escapando às sociedades arcaizantes, se permite em liberdade, a explicação antropológica e social que sempre condiciona o homem.
A realidade dos oprimidos e a sua arguta denúncia será sempre conteúdo a não esquecer na Literatura de Vargas Llosa.
M. Teresa B. Vieira
7 Outubro 2010-10-07 sec.XXI
<< Home