a Sobre o tempo que passa: Dez pontos de análise sobre as presentes circunstâncias

Sobre o tempo que passa

Espremer, gota a gota, o escravo que mantemos escondido dentro de nós. Porque nós inventámos o Estado de Direito, para deixarmos de ter um dono, como dizia Plínio. Basta que não tenhamos medo, conforme o projecto de Étienne la Boétie: "n'ayez pas peur". Na "servitude volontaire" o grande ou pequeno tirano apenas têm o poder que se lhes dá...

21.3.11

Dez pontos de análise sobre as presentes circunstâncias

Lendo os pronunciamentos de hoje: 


1. Há uma realidade europeia, nova, e temos uma simples soberania condicionada. 


2. Parte dos decisores portugueses, sem participação de todos, ou da maioria, negociaram um PEC. 


3. Os representantes dos portugueses já disseram que só uma nova realidade portuguesa poderá comprometer-se com a actual realidade portuguesa.


3. Este Sócrates foi além dos seus poderes e já pertence ao pretérito. 


4. O novo Sócrates pertence ao presente e pode entrar num acordo de regime ou numa coligação alargada. 


5. Resta saber se, para o consenso, são necessárias eleições.‎


6. Se forem marcadas eleições, elas só devem decorrer num quadro de acordo pós-eleitoral que agora for firmado pelos principais partidos, para que os mercados e a Europa confiem na poliarquia que somos. 


7. O curto-circuito da solidão no poder, de um só lider, de um só órgão de soberania, ou de um só partido chegou ao fim.


‎8. O Presidente da República tem um urgente espaço de decisão e de criação de condições para o regresso à confiança pública. 


9. Cabe-lhe um intervencionismo selectivo no sentido de marcação de eleições depois de obtido o consenso. 


10. Mas pode assumir a plenitude da autoridade e ajudar a criar um consenso alargado de governabilidade, imediatamente, no actual quadro parlamentar.