a Sobre o tempo que passa: O construtivismo dos decretinos

Sobre o tempo que passa

Espremer, gota a gota, o escravo que mantemos escondido dentro de nós. Porque nós inventámos o Estado de Direito, para deixarmos de ter um dono, como dizia Plínio. Basta que não tenhamos medo, conforme o projecto de Étienne la Boétie: "n'ayez pas peur". Na "servitude volontaire" o grande ou pequeno tirano apenas têm o poder que se lhes dá...

29.9.04

O construtivismo dos decretinos



Certas engenheirais epistemologias podem continuar a pensar baixinho, supondo que as ciências humanas e as ciências sociais não passam de execráveis, obscurantistas e tolas ciências ocultas. E lá pensam que conseguem captar o sentido da coisa, apenas porque conseguem elevar à categoria conselheiral os pseudo-manitus que julgam deter o monopólio das áreas científicas onde não produzem há décadas. Pena que tais engenheirais notáveis do decretino continuem a ir além da respectiva chinela. Correm o risco de terem entrada na história do nosso pensamento como quem destruiu a pluralidade de paradigmas.

O proibicionismo caceteiro e a persiganga, só porque assentam nos donos do subsidiável e do inspeccionável e que nem sequer têm que registar interesses e acumulações, podem continuar a inspirar muitas transpirações serôdias, inumeráveis côrtes de salamaleques, lisonjas e engraxamentos, mas acabam por contribuir para o nosso fenecer sem honra nem humildade.

O decretino e o mediático podem ter, no curto prazo, a razão da eficácia, mas nem por isso se livram de poderem ser um clamoroso erro no médio prazo e até uma estupidez destrutiva no longo prazo.

De boas intenções está o inferno do pseudo-reformismo cheio

Não há meio de compreenderem que a história, mais do que o produto da intenção de certos homens que dizem deter o monopólio das boas intenções, é, sobretudo, o produto da acção dos homens livres. A história é sempre uma co-criação de homens livres e raramente é detida pelo caixilho teórico dos que apenas pensam que pensam.