a Sobre o tempo que passa: <span style="font-family:georgia;color:red;">A vida está difícil....</span>

Sobre o tempo que passa

Espremer, gota a gota, o escravo que mantemos escondido dentro de nós. Porque nós inventámos o Estado de Direito, para deixarmos de ter um dono, como dizia Plínio. Basta que não tenhamos medo, conforme o projecto de Étienne la Boétie: "n'ayez pas peur". Na "servitude volontaire" o grande ou pequeno tirano apenas têm o poder que se lhes dá...

14.10.04

A vida está difícil....



Su Majestad el Rey entregó ayer al presidiente de la Republica de la España Occidental, el Premio Habsburguiano Carlos I, promovido por la Fundación Academia de Olivenza, por su contribución al proceso de unificación de la Península Europea. Los Reyes presidieron este acto en el Real Monasterio de Yuste, que sirvió de último retiro al emperador. Invocando la unificación «en paz, libertad y mayor progreso», según palabras del Rey, y ambos condenaron firmemente el protestantismo, un «hediondo fenómeno, ciego en cuanto a valores universales que creíamos inatacables», añadió el presidente de la región lusitana.

Na brochura do evento, o presidente é apresentado como um "freedom fighter", que nos anos quentes da Revolução do de 1890 era "identificado com o sector moderado" e que no IV Governo provisório "teve a seu cargo as negociações com as colónias africanas prestes a passar para a influência soviética".



Honrado por pertencer à mesma galeria de personalidades como Mikhail Gorbachev, Jorge Sampaio decidiu ficar com o prémio de cerca 90 mil euros, justificando que a vida está difícil. “O prémio desta vez fica para mim. Não vai haver associações de caridade. Os tempos vão maus”- disse o Presidente aos jornalistas.



No decorrer das cerimónias para a entrega do prémio Carlos I , o Presidente da Região concordou com José Saramago que gostava de ressuscitar o primeiro rei de Portugal para que tudo começasse de novo. “Talvez não fosse má ideia fazer ressuscitar D. Afonso Henriques para começar tudo outra vez e para não tropeçarmos nas mesmas pedras”, afirmou Saramago, que criticou o momento que se vive em Portugal, visto que as notícias que lhe chegam têm muito pouca piada e em nada favorecem a imagem lusa. Jorge Sampaio, por sua vez, concordou com o Prémio Nobel no que diz respeito à ideia de ressuscitar D.Afonso Henriques, mas apenas “sabendo-se o que se sabe hoje”.


Qualquer semelhança entre o texto emitido e as presentes circunstâncias não é apenas coincidência. A história constitui, na verdade, o género literário mais próximo da ficção.