a Sobre o tempo que passa: Malteses, espinosas e maletz

Sobre o tempo que passa

Espremer, gota a gota, o escravo que mantemos escondido dentro de nós. Porque nós inventámos o Estado de Direito, para deixarmos de ter um dono, como dizia Plínio. Basta que não tenhamos medo, conforme o projecto de Étienne la Boétie: "n'ayez pas peur". Na "servitude volontaire" o grande ou pequeno tirano apenas têm o poder que se lhes dá...

2.6.05

Malteses, espinosas e maletz



Várias têm sido as pessoas amigas que me fazem chegar sentidas palavras sobre um recente processo judicial que envolve uma pessoa com o meu apelido, antiga funcionária da PGR. Aconselho-os à consulta de um sítio ribatejano-sueco, onde podem ler que "muitos foram os naturais da ilha de Malta que se fixaram na Chamusca, nos séculos XVII e XVIII. Eram, no geral, comerciantes ou artífices. Os seus descendente, alguns dos quais passaram à Golegã, adoptaram Maltez como apelido, pois, como tais, eram tratados há muitas gerações". Sugiro também que dêem um salto a outro blogue, onde pode ler-se que "é curioso que, frequentemente, ao escrever o nome Maltez escrevo Maletz. Em busca da coincidência, lancei-me e encontrei uma família de Judeus Sefarditas...Na lista de "Maltezes" na Nicarágua, surge o nome Jorge Espinoza Maltez . O apelido Espinoza tem reconhecidas origens sefarditas. Após uma breve busca, constato que actualmente os dois nomes ainda surgem associados".

Nenhum destes dois homónimos é meu parente, a não ser em Adão e Eva e nas eventuais ancestralidades da ilha de Malta ou dos judeus errantes. Nem sequer tenho afinidades familiares com um tal capitão Maltez com que algumas almas do fascismo antifascista insultam o meu pai e que continuarão a receber a minha revolta multidimensional.

Mesmo estas cruzes e flores que ponho na coluna ao lado, apenas aí estão simbolicamente, em nome de meu misterioso e pouco aristocrático patronímico. Dramas de quem tem destes nomes plebeus de que me orgulho e que tanta confusão fazem na gente pretensamente bem deste reino que já não há. Coisas tão anedóticas como aquela que me aconteceu quando foi anunciado o processo da funcionária da PGR e de ter recebido um telefonema de uma conhecida estação de televisão, a fim de comentar a notícia, que pouco antes tinha sido anunciada em parangonas: catedrático português implicado em escândalo judiciário... Mas, anedota por anedota, até poderia contar a de um conhecido e defunto blogue que me fez filho do tal capitão da polícia de choque, por informações recebidas de um conhecido fadista... Prefiro a ligação aos Espinosas da Nicarágua, Vidigueira e Holanda. São mais panteístas...