O picareta falante, o grão-mestre da conversa e o 'soufflé'
Imagem roubada a Filho de Abril
Maria Henrique Espada, no "Diário de Notícias" de hoje transcreve declarações que lhe prestei sobre os dez debates presidenciais. Apontei um perdedor claro "Quem mais perdeu foi Manuel Alegre, deixando transparecer uma imagem de soufflé, como lhe chamou Sérgio Sousa Pinto." Quanto a "não derrotas" e a vitórias "Soares não perdeu. Quem ultrapassou as expectativas foi Jerónimo de Sousa, e também Cavaco, que não se limitou a ser apenas um bom aluno, e esteve melhor precisamente nos momentos em que se soltou da lição estudada com os assessores." Quanto a Louçã, prefere não se pronunciar, porque "é impossível diferenciar entre o candidato presidencial que anda em pré-campanha e o líder do Bloco de Esquerda que esteve terça-feira no debate parlamentar face ao primeiro-ministro". Louçã vende, na pré-campanha presidencial como no plano partidário, o "mesmo programa".
Os debates serviram "para precisar, junto dos eleitores, o estilo de cada um dos candidatos", diz ainda José Adelino Maltez. Precisemos então "Alegre teve entradas de leão e, se não teve saídas de sendeiro, mostrou que tinha pés de barro; Cavaco tentou mostrar que o carro blindado também tinha afectos; Jerónimo debitou uma cassete, mas uma cassete animada; Louçã foi repetitivo; Soares foi o grão-mestre da conversa, mas um pouco irritado", diz Maltez.
Maltez diz que "Cavaco foi uma picareta falante", cognome outrora atribuído a António Guterres por Vasco Pulido Valente. Mas, mesmo picareta, no debate com Soares "não houve nenhum particular derrotado nem nenhum vencedor".
José Adelino Maltez é o mais crítico às escolhas das televisões "Há uma ditadura sistémica que escolheu apenas cinco pré-candidatos para os debates. E se houver outros candidatos a entregar as assinaturas? A escolha das televisões reflecte uma aristocracia de instalados e distorce a igualdade de oportunidades". Assim "não há eleições justas e leais".
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