Espremer, gota a gota, o escravo que mantemos escondido dentro de nós. Porque nós inventámos o Estado de Direito, para deixarmos de ter um dono, como dizia Plínio. Basta que não tenhamos medo, conforme o projecto de Étienne la Boétie: "n'ayez pas peur". Na "servitude volontaire" o grande ou pequeno tirano apenas têm o poder que se lhes dá...
• Bicadas recentes
Estes "breves aforismos conspiradores, sofridos neste exílio interno, lá para os lados de São Julião da Ericeira, de costas para a Corte e com os sonhos postos no Atlântico..." começaram a ser editados em Setembro de 2004, retomando o blogue "Pela Santa Liberdade", nascido em Maio de 2003, por quem sempre se assumiu como "um tradicionalista que detesta os reaccionários", e que "para ser de direita, tem de assumir-se como um radical do centro. Um liberal liberdadeiro deve ser libertacionista para servir a justiça. Tal como um nacionalista que assuma a armilar tem de ser mais universalista do que soberanista". Passam, depois, a assumir-se como "Postais conspiradores, emitidos da praia da Junqueira, no antigo município de Belém, de que foi presidente da câmara Alexandre Herculano, ainda de costas para a Corte e com os sonhos postos no Atlântico, nesta varanda voltada para o Tejo". Como dizia mestre Herculano, ao definir o essencial de um liberal: "Há uma cousa em que supponho que ate os meus mais entranhaveis inimigos me fazem justiça; e é que não costumo calar nem attenuar as proprias opiniões onde e quando, por dever moral ou juridico, tenho de manifestá-las"......
Este portal é pago pela minha bolsa privada e visa apenas ajudar os meus aluno. Não tive, nem pedi, qualquer ajuda à subsidiocracia europeia ou estatal
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Depois de um intenso regresso às aulas no dia de ontem, com doutorandos e mestrandos de relações internacionais, comecei hoje minha pausa matinal por ir à feira do livro de Brasília, percorrendo os alfarrabistas cá da capital federal, os chamos sebos. E deparei-me com os restos de um magnífica biblioteca de um professor brasileiro dos anos cinquenta, tendo adquirido um original da dissertação de doutoramento de Raymond Aron. Apenas notei que, naquela estante, onde estavam tipos como Pareto, Mannheim, Comte, Davy, Sorokin e tantos outros, bem manuseados e distintamente postos em carneira, se demonstrava como as elites universitárias brasileiras estavam mais abertas ao mundo das sociologias e dos pensamentos políticos do que as nossas, entaladas que estavam entre o direito constitucional e os princípios de doutrina social da Igreja Católica, para bom uso das disciplinas de Organização Política e Administrativa da Nação.
Quem não reconhecer que o Brasil estava à nossa em matérias de ciência política e relações internacionais não consegue compreender como aqui podemos vir aprender. É o que estou fazendo, ao mesmo tempo que à hora de almoço, como um professor brasileiro, de origem japonesa, sou capaz de perder tempo a discutir Silvestre Pinheiro Ferreira ou José Bonifácio, tal como ontem referíamos a tradução portuguesa de "O Federalista" feita em 1841... no Rio de Janeiro, por José da Gama e Castro, que era miguelista e tudo.
Quando venho a estes fundos do Brasil, procurando compreendê-lo, sem os preconceitos do cheguei e sei tudo, sinto que começo a ser um especialista em Brasil, porque sou capaz de reconhecer que preciso de vir cá muito mais vezes e durante mais tempo para descobrir nova faceta neste Novo Mundo que eu amo.
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