Em Barcelos, entre Andrea Mantegna e Terpsichore
Liberdade:
A liberdade não é uma concessão do príncipe ou da revolução, é uma conquista do homem revoltado contra a servidão voluntária...
Mas servidão a quem, a quê?
Basta que não tenhamos medo, conforme o projecto de Étienne la Boétie: n’ayez pas peur, na servitude volontaire o grande ou pequeno tirano apenas têm o poder que se lhe dá, um poder que vem da volonté de servir das multidões que ficam fascinadas e seduzidas por um só.
Mas essa fascinação e sedução, é a maior benção: O que tem é que tornar-se Fascinação e Sedução, pelo Eterno…
Aliás, todos os que se tornaram servidores do Eterno, foram radicalmente rebeldes. Rebeldes até contra si próprios. Rebeldes, contra a prisão do príncipe deste Mundo, que é acima de tudo o príncipe da Mentira.
Ele nunca funciona pelo mal visível. No entanto gastamos nosso tempo reagindo contra esses sintomas. Ele está sempre escondido. Ele nunca assusta, ele seduz. Ele não é pavoroso. Ele aparenta ser maravilhoso. Ele não é feio. Ele aparenta ser belo. Ele não afasta. Ele atrai a si os que estão perto de realizar algo especialmente Bom, criando situações de forma genial e complexa, para que esse Bem não possa acontecer. Ele sub-repticiamente cerca e enche de obstáculos o caminho que leva à Liberdade.
É por ele que o caminho para o Monte Abiegno é tão penoso, difícil e raro. É por ele que é preciso tanto Amor para que alguns lá possam chegar…
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