Acordo, releio Camões, volto a ter força para resistir às notícias reinóis onde, segundo "mail" amigo, continua o suicídio lento, que nem sequer tem a nobreza de um harakiri nem profundidade de um “morrer sim mas devagar”. Só daqui, compreendo mesmo Camões (ed. cit., p. 57):
Nada dá quem nam dá honra, no que dá.
Nada tem, que agradecer, quem, no que recebe, a nam recebe, porque bem comprado vai, o que com ella se compra.
Nada se dá de graça, o que se pede muito.
Está certo, quem quem nam tem hua vida, tem muitas.
Onde a razão se governa pela vontade, há muito que praguejar, & pouco que louvar.
Nenhua cousa homezia os homes tanto consigo, como males, de que senão guardarão, podendo.
Nem ha alma sem corpo, que tantos corpos faça sem almas, como este Purgatorio, a que chamais honra, donde muitas vezes os homes cuidão, que a ganhão, ahi a perdem.
Onde ha inveja, nam ha amizade, nem a póde haver em desigual conversação.
Bem mereceo o engano, quem crê mais o que lhe dizem, que o que vê.
Agora, ou se há de viver no mundo sem verdade, ou com verdade sem mundo...
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