Mas, de tanto ler e reler tudo o que trouxe, e muito do que por aqui descobri, para ler, reler e anotar, entre letra de forma, fotocópia e discos duros e flexíveis, confesso que já confundo Luna de Oliveira com o relato de Manuel Dias Loureiro a Judite de Sousa, e o ano de 1677, depois da ida a Porto Rico, com a conversa que o distinto conselheiro teve com António Marta. E já nem sei se tal aconteceu, antes ou depois, de um tal Oliveira e Costa andar como vice do Banco Europeu de não sei que tostões, ou depois de muitos perdões de dívidas a homens de Aveiro, a homens do Norte, a muitas contas de Mecenas e Mercenas, os quais, aliás, nada têm a ver com o aeroporto de Macau, nem com os campos de golfe do troca o prego.
Porque os PSs e os PSDs nunca tiveram financiamento partidário sem ser previamente auditado, nem secretários gerais com jantaradas no restaurante da tia Rita, da tia Matilda, do Manel das Iscas, e do ver se te avias naquilo que Antero de Quental escreveu sobre a casta bancoburocrática do rotativismo, ou sobre aquilo que ensinavam ministros de salazar reconvertidos à tia Rita, à tia Matilda e ao Manel das Iscas, depois de muitos suores tropicalíssimos. Porque sempre há o tal que teve Soares na presidência, o que tem Cavaco na presidência, o que tem Sócrates com livros sobre os meninos de oiro apresentados pelo mesmo Loureiro, que até livros da Universidade de Coimbra chegou a patrocinar.
O Vale e Azevedo que foi adjunto de um dos governos de Balsemão está agora em Londres. O Menezes, que voltou para Gaia, quer inverter a teoria camiliana de a queda do Anjo. O Ti Manel da Fava Rica vai escrever memórias com muita espuma, porque, como lhe faltavam balas, mandou Guerreiro fazê-las de pau, rijo como o ferro, e, juntamente algumas de calibre menor, de ferro batido, que trouxera de Macau, feito em obra. E Pedro de Mello certificou que tudo foi determinado para castigar as sublevações levantamentos que achou nas ditas ilhas, e se vão continuando e sugerindo...
Sei que, de Lisboa, vêm computadores Magalhães e carrinhas a electricidade, de quadrilátera estética oriental, que em Timor se vai construir um oleadutor, uma barragem de água destilada e que, da Indonésia, através do Lopes da Cruz, virá o justo desejo de fazer parte da CPLP, porque há blogues Fretilins e juízes Ivos, e juízes Rosas, e que há blogues anti-fretilins, e que também há relatórios de todas as cores, sobre a origem dos partidos timorenses, sobre as teorias científicas wallersteinianas, sobre constitucionalismos mirandenses e canotilhenses, sobre memorialismos e politologias de reformas autárquicas, prebendadas, subsidiadas, viajadas, elogiadas, e muitos outros que hão-de desembarcar, chegar, ver, receber e vencer. Por mim, que só sei que nada sei, vou continuando a ter que estudar, a ter que seguir o conselho da muita experiência, porque ainda há muito que quero fazer, sem nenhuma jantarada, almoçarada ou uiscada no hotel timor, com muita e muita gente que bebe do fino e dá parecer...
Estou aqui sentado no meu cantinho, diante das árvores do meu jardim, em mais uma noite em que dolorosamente me fico sem dormir, estou aqui, sentido, diante de mim, por dentro de mim, confirmando, nas memórias das gentes, nos sinais das pedras, nas conversas de muitos, algo que se passou desde que o almirante chinês que podia ter feito a descoberta do caminho marítimo da Índia para Lisboa, acabou por ter que regressar ao império do quadrado debaixo do céu, mui celeste, rodeado de sombras, porque a caravela era mais tecnologicamente atractiva que a grande nau, grande tormenta, de quem se sentia ameaçado por gentes do Norte. Mas se o dono do casino da Coreia do Kim Il Sung já dita desditas, valia mais o Alves dos Reis macromonetário, precursor de Keynes, do sonhar é fácil. Porque chapéus há muitos, seus palermas, no tempo em que os vascos eram santanas.
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