a Sobre o tempo que passa: Já me estou escrevendo diante da Ribeira do Tejo

Sobre o tempo que passa

Espremer, gota a gota, o escravo que mantemos escondido dentro de nós. Porque nós inventámos o Estado de Direito, para deixarmos de ter um dono, como dizia Plínio. Basta que não tenhamos medo, conforme o projecto de Étienne la Boétie: "n'ayez pas peur". Na "servitude volontaire" o grande ou pequeno tirano apenas têm o poder que se lhes dá...

30.12.08

Já me estou escrevendo diante da Ribeira do Tejo

Voltei. Isto é, ainda sem distinguir ontem de hoje, por causa do ritmo de nove hora que até ontem vivi, houve um avião que me deixou na Portela e, hoje, aqui e agora, já me estou escrevendo, diante da Ribeira do Tejo, esse rio que desagua na minha aldeia.  Noto que o "Correio da Manhã" me dá algum destaque porque ousei criticar, ontem o discurso de Cavaco Silva, a que já assisti em directo. Reparo também que saiu uma entrevista minha à revista "Focus" e que as minhas amigas, jornalistas de "O Diabo", a Isabel Guerreiro e a Ana Clara, transcreveram os meus diálogos à distância.

Pode ler-se no"Correio da Manhã": José Adelino Maltez, especialista em Ciência Política, entende que o Presidente da República 'enveredou por um caminho pouco pedagógico' na questão do Estatuto Político-Administrativo da Região dos Açores e 'revelou um desconhecimento da realidade açoriana'. 'O caminho que trilhou, apesar do apoio de alguns constitucionalistas, foi exagerado', diz.

Para o politólogo, o Presidente da República devia ser o primeiro a 'retirar este processo da agenda política' até porque, defende 'o valor da autonomia regional é incomensuravelmente maior do que o valor dos poderes presidenciais'. José Adelino Maltez acredita mesmo que 'o problema está na Constituição'. 'A Constituição devia ser melhorada para dar mais poder às autonomias regionais. Quanto à relação institucional com o Governo, o especialista desvaloriza a questão, afirmando que 'ficaram como sempre foram'.Presidente da República devia ser o primeiro a 'retirar este processo da agenda política' até porque, defende 'o valor da autonomia regional é incomensuravelmente maior do que o valor dos poderes presidenciais'. José Adelino Maltez acredita mesmo que 'o problema está na Constituição'. 'A Constituição devia ser melhorada para dar mais poder às autonomias regionais. Quanto à relação institucional com o Governo, o especialista desvaloriza a questão, afirmando que 'ficaram como sempre foram'.