a Sobre o tempo que passa: A falta de autenticidade do bloco centraleiro

Sobre o tempo que passa

Espremer, gota a gota, o escravo que mantemos escondido dentro de nós. Porque nós inventámos o Estado de Direito, para deixarmos de ter um dono, como dizia Plínio. Basta que não tenhamos medo, conforme o projecto de Étienne la Boétie: "n'ayez pas peur". Na "servitude volontaire" o grande ou pequeno tirano apenas têm o poder que se lhes dá...

12.8.09

A falta de autenticidade do bloco centraleiro

Longe da santa terrinha, nem por isso deixo a cidadania das ideias. No Jornal de Noticias de hoje:

É por esta contradição que José Adelino Maltez pega para comentar as palavras de Sócrates, de quem disse usar dois heterónimos, "um, que fala ao eleitorado de Esquerda e ataca o liberalismo, e outro, que confessa aos empresários que os tempos não estão para ideologias mas sim para pragmatismo". "Sócrates usa o discurso de Esquerda para conquistar votos e depois de conquistar o poder mete o socialismo na gaveta, como já fez antes, Mário Soares".

Ao contrário do que possa indiciar a afirmação deste politólogo do ISCP, a crítica não se destina exclusivamente aos socialistas. Cavaco Silva, enquanto dirigente do PSD e primeiro-ministro, também não ficou imune a esta "falta de autenticidade".

A visão de José Adelino Maltez é a de que "o centrão sempre disse o mesmo, ou seja, sempre fez apelo ao eleitorado de Esquerda, com promessas de medidas sociais. É o habitual bailinho do centrão".

E é esta duplicidade dos políticos do chamado arco do poder é, segundo Maltez, um dos factores de desmotivação e descrença dos eleitores que se abstêm.