Novas cenas do processo de madailização em curso
Os cinco partidões parlamentares entraram ontem em São Bento como se estivessem na fila para a inspecção militar numa direcção-geral que os funcionaliza em soldados rasos. E não repararam como a cerimónia de unidimensionalização estava quase a ser transmitida em directo...
Poucos observaram que já não há esquerda nem direita no hemiciclo, mas um partido dito de esquerda que é do centro e vai governar à direita e que dominam os chamados bonzos, acicatados por endireitas e canhotos, transformados em simples satélites do centrão. O socratismo acabou, o gamismo continua.
Raros notaram que as decadências em Portugal duram que se fartam. Têm o tempo do estertor do rotativismo, ou da nova república velha depois do sidonismo, ou do salazarismo depois das eleições Delgado. Porque todos os partidos pós-revolucionários são meras federações de grupos de interesse e de pressão em equilíbrio instável. Só o sentimento predador face ao poder os unidimensionaliza...
Todos os grandes partidos são pilha-tudo, entre o unipessoal dos comandos e a ilusão das mobilizantes candidaturas presidenciais, perdendo a funcionalidade, onde, quanto menos maiorias absolutas, maior será a hierarquização face aos directórios partidários...
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