Apenas temos que juntar o bem que anda por aí disperso em facciosismo
O velho paradigma do país urbano e capitaleiro que considerava a província como paisagem a colonizar com emissões de semanários e telejornais emitidos pelas fontes geralmente bem informadas da sociedade da corte foi quebrado. Foi nas profundezas de Entre-Douro-e-Minho que, depois de ser a população mais jovem de Portugal, se deu a mais corajosa das mudanças, enquanto nos arredores da cabeça da república se instalaram pequenos jardins de subsidio-dependência e de instalados, onde até Otelo Saraiva de Carvalho apoiou Isaltino, tal como Seara correu numa lista onde sobressai a sombra de Ângelo Correia.
A maior parte dos autarcas eleitos nas muitas dimensões do país das realidades, ao ser insultada como corrupta, deve promover a necessária revolta, em nome dos muitos povos da nossa complexidade. Por mim, estava disposto a recebê-los no Cais das Colunas, com vivório e foguetório, obrigando o Paço a escolher Passos Manuel para a necessária moralidade da revolução de Setembro. Lisboa precisa de ser cercada por instituições republicanas.
Os factos demonstram como os aprendizes de feiticeiro que colonizaram o PSD, esses endireitas do presidencialismo, do santanismo e do jardinismo, foram os melhores aliados do situacionismo socrático e não parecem dignos dos povos que ainda confiaram nalguns dos principais autarcas do partido. Continuem a rezar missas por alma do Salazar e terão todos um bom enterro!
Isto precisa de uma coisa evidente: de coragem de homens livres que acabem com este maniqueísmo absurdo. O tal que não reconhece que o lado bom tem enormes pedaços de mal e o lado mau, pedações de bem. Apenas temos que juntar o que anda disperso.
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