a Sobre o tempo que passa: Memória de outras calhandras, mas sem palavras...

Sobre o tempo que passa

Espremer, gota a gota, o escravo que mantemos escondido dentro de nós. Porque nós inventámos o Estado de Direito, para deixarmos de ter um dono, como dizia Plínio. Basta que não tenhamos medo, conforme o projecto de Étienne la Boétie: "n'ayez pas peur". Na "servitude volontaire" o grande ou pequeno tirano apenas têm o poder que se lhes dá...

2.2.10

Memória de outras calhandras, mas sem palavras...



Os ministros da presente república (o primeiro, o vice, o vice-vice e o ex-vice) vão tivolizando encrespadamente, retomando calhandras, que não são as primas das cotovias, mas as centrais de recolha dos "vases de nuit". Prefiro a caricatura de Napoleão que aqui anexo...

"Je ne suis pas d'accord avec ce que vous dites, mais je me battrai jusqu'au bout pour que vous puissiez le dire".... José Sócrates Pinto de Sousa nunca o disse. É republicano, socialista e fracturante e não recebe lições de democracia de ninguém, nem de Voltaire. Quem se mete com malhadores, leva!

Para que quem não perdeu as eleições as pudesse vencer, crise, qual crise! Dois terços da sociedade ficou com mais poder de compra e só uma minoria é que ficou socialmente excluída (dos desempregados e novos pobres, aos jovens sem futuro e procura de exílio). Tudo é uma questão de "choque assimétrico" (expressão de um perito do FMI)! Isto é, estamos coxos... e vamos perder a ilusão do "português suave" e remediadinho...

Portugal está como em 22 de Abril de 1834: um arrabalde da Europa que tem a independência permitida pelo directório que comanda a balança. Não somos Grécia, isolada nos Balcãs. Temos o destino que tiver a Espanha, não a podemos incomodar. A nova fórmula desse tratado torna inútil qualquer Patuleia, porque, mesmo que o povo se revoltasse, haveria sempre uma Convenção do Gramido (da geofinança) a ocupar-nos...