a Sobre o tempo que passa: A valsa que somos obrigados a dançar pelos credores internacionais

Sobre o tempo que passa

Espremer, gota a gota, o escravo que mantemos escondido dentro de nós. Porque nós inventámos o Estado de Direito, para deixarmos de ter um dono, como dizia Plínio. Basta que não tenhamos medo, conforme o projecto de Étienne la Boétie: "n'ayez pas peur". Na "servitude volontaire" o grande ou pequeno tirano apenas têm o poder que se lhes dá...

28.5.10

A valsa que somos obrigados a dançar pelos credores internacionais


Moody's baixa a nossa querida taxa de "rating" e União Europeia diz que a "golden share" da PT não está de acordo com o direito supra-estatal da Europa... Más notícias para o esforço exportador de Sócrates e já nem serve para que ele se exporte a si mesmo da função onde resiste...

No plano do cenarismo doméstico, PSD aparece, nas sondagens, com 44%, contra 28% do PS e três 7% para CDS, BE e PCP. Isto é, se Bloco Central dançasse o tango teria maioria mais do que absoluta. Mas a direita volta a ser maior do que a esquerda, CDS desce desce para metade das expectativas e a esquerda à esquerda do PS baixa para dois terços...

Perante isto, as recandidaturas a presidente soam a campeonato de danças de salão na Sociedade dos Alunos de Apolo, com directos na RTP Memória, mas sem os acordes do neo-realismo heróico de Fernando Lopes Graça, com o seu D. Sebastião científico...

Passos Coelho parece não ter sido pisado com a valsa que foi obrigado a dançar pelos credores internacionais, atrás de Sócrates. E porque deve ter estudos sondajocráticos quase diários, deu uma no tango e outra no Rock'in Rio...

A coligação situacionista já não controla as forças vivas e a casta banco-burocrática que davam a Sócrates a missão de ensaiador da marchinha popular deste bairro. Não chega somar Daniel Proença de Carvalho com José Miguel Júdice, ou Joe Berardo com Morais Cabral. A música já é outra, virou o disco e já não toca o mesmo. Anda tudo a toque de caixa, a caminho do rancho...