a Sobre o tempo que passa: O Saber no Intemporal. De Teresa Vieira

Sobre o tempo que passa

Espremer, gota a gota, o escravo que mantemos escondido dentro de nós. Porque nós inventámos o Estado de Direito, para deixarmos de ter um dono, como dizia Plínio. Basta que não tenhamos medo, conforme o projecto de Étienne la Boétie: "n'ayez pas peur". Na "servitude volontaire" o grande ou pequeno tirano apenas têm o poder que se lhes dá...

21.5.10

O Saber no Intemporal. De Teresa Vieira


O SABER NO INTEMPORAL: Aqui vos deixo ALEXANDRE O’NEILL

(Tenho para mim que a poesia de O’Neill não se quis Dulce, antes desprendida de regras e convenções e tendo muito artesanato na palavra.

M. Teresa B. Vieira)

Trocar a bicicleta por comida não é de bom ciclista.

Tambor ensurdecedor, ensurdecido, dói-nos na pele, não no ouvido.

Regra para os lojistas: Não pôr os cotovelos no balcão.

Cidália, princesa de três bairros, baixou de golpe a bandeira, dando a partida para o Rali dos Ratos.

No comboio havia um compartimento especial para tímidos, mas estava sempre ocupado.

Enquanto os filósofos etiquetam, os relógios tiquetaqueiam.

Não se lavou duas vezes no mesmo rio. Nunca se lavou.

Não a vendo nem a remendo. Doa a quem doer.

Os fins justificam os meios se os meios forem bons fins.

Mitologia patriótica: Suplício de Tântalo, mas com água da Companhia e fruta da Cooperativa de Fruticultores.

Olhava-se ao espelho pelo buraco da fechadura.

Ao reparar que a banheira estava cheia de água (…) comandou: «Primeiro, os velhos e as crianças!». Então, um velho e uma criança lançaram-se à água e, à falta de outro apoio, agarraram-se aos bordos da banheira, que lá foi derivando.


OS BOTÕES

« - A pena de morte é a única solução para muitos casos. E o próprio juiz e o júri é que carregam, todos ao mesmo tempo, nos botões e um deles liquida o condenado».