Onze aforismos de campanha, no regresso a Vale de Lobos..
Há os mercados primatas e os ditos secundários. E resta sempre saber de onde veio a procura. Eu cá também não sei. Prefiro a do tempo perdido...mas à maneira do Proust que também não sabia nada de finanças...
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A economia, ciência da casa (oikos) pertence ao espaço do doméstico. A política apenas acontece quando se sai do dono e se discute a palavra na praça pública. Mas tudo começa na moral, na ciência dos actos do homem enquanto indivíduo.
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E a teologia, desde que não seja ciência arquitectónica, ou rainha das ciências sociais, é indispensável para a compreensão da "polis", que só emergiu quando as várias aldeias se federaram em torno da acrópole, a colina onde existia o templo (p. e. a sé, que laicizámos como nação, ou pátria) e a sala do concelho (o aparelho de poder, a que damos o nome de Estado). Está tudo no tratado do Aristóteles, revisto e acrescentado por São Tomás e, mais recentemente, por Hannah Arendt...
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Noto que a procura foi superior à oferta para os de Espanha e de Itália, hoje. Os juros são mais do que foram e menos do que são. Hoje foi além da Estrela e dos Alpes, nos ultramontanos, ontem, no daquém, cá na Parvónia. Krugman já fala em Pirro. Logo, não mais o vão citar, certos campanheiros. Apenas um conselho aos nossos propagandistas do situacionismo: sejam cidadãos do mundo e não gozem mais com a tia!
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Krugman alerta, Teixeira exulta. Afinal Nossa Senhora Aparecida ainda não foi desta. Bastou injecção do BCE e olhos em bico abrindo a caixa registadora da loja dos trezentos. E um quarto de hora antes da coisa, lá podemos saltar barreiras no tejadilho da carripana. O bafo quente do jardim faz crescer anonas e saltar coelhos que não andam a passos...
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Só ganharemos todos, quando o todo nos puder mobilizar, em cada um, pela autonomia moral, em que deve assentar a própria procura da riqueza.
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Capitalismos, há muitos! O estadualizado, nosso, banco-burocrático, não pode continuar a ser o unicitário. Prefiro a fisiocracia do "laissez faire", segundo a lei natural e a própria lei divina. Logo, sou mais girondino do que jacobino, mais liberal do que socialista, mais "whig" do que "tory". Em linguagem da Parvónia, é o político longe da sacristia e da cavalariça...onde a primeira não é religião e a segunda não é a tropa...
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Quando nos deixamos violentar pelo estadão, corremos o risco de não ficar apenas um pedacinho grávidos, neste ambiente hermafrodita, de muitas barrigas de aluguer. A metáfora-base não é minha, é do pai do "Wirtschaftswunder", um tal Ludwig Erhard...
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Há muitos intelectuários que se prestam a servir de flores da botoeira de certa pirataria.Tal como muitos partidocratas que procuram emprego como feitores de ricos. Sou pela separação de poderes e contra a compra da política pela dita economia, com muita indignificação do trabalho, dependente ou independente.
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Até o velho Marshall denunciava os chapéus de coco com alma de corsário. Logo, um liberal pode espreitar como no jogo da bolsa de hoje, muita banca, que o não devia ser, logo recuperou, à custa dos impostados de hoje e de amanhã...
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Daqui a cem anos, quando candidato da presidencial situação for nota pé-de-página da história e quando o candidato oposicionista, mas da governamental situação, continuar a ser cantado, todos poderão concluir como andamos mesmo desafinados, só porque pusemos tocadores de rabecão a fazer de sapateiros, pondo os pés em lugar da cabeça..
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