Uma plataforma grande, lusa e pequenina....
Espantam-se, as gentes da jornalada televisiva, pelo facto de, no XXVI Congresso do PSD, haver um qualquer hino do partido onde se diz "Portugal, grande, luso, pequenino" e que Pedro Santana Lopes é a "voz da vanguarda do futuro". Oh! ignaras gentes que não assumem a necessidade da "graça de Deus". Se ouvissem, inteirinho, o rouco discurso de Pedro todos perceberiam que "nada na vida cresce se não for assente na verdade". E que ele tem "a tranquilidade da consciência tranquila", quer um "tempo novo", mas avisa: "não queiram trocar o tempo ao tempo". Até promete uma "plataforma" virada à direita quando vista da costa e virada à esquerda quando olhada do mar alto. Periclitante, mas sem ir ao fundo.
"Portugal, grande, luso e pequenino" não é um Portugal dos grandes pequeninos, nem tem nada a ver com a água do luso, é o tal pequeno grande Portugal do luso, o luso pequenino e grande Portugal que é luso pequenino e grande. E grande quando é pequenino e luso. É fácil, porque a voz que é vanguarda disse que os "caros companheiros" e as "caras companheiras" querem o futuro com Eurico de Melo e Isaltino de Morais. Não querem o mais do mesmo. Só a oposição é que gosta de regressos e não apoia o retorno de Cavaco Silva.
Não, só no PS é que eles se demitem e, depois, aparecem os mesmos, no PSL o mesmo, de verdade, apenas é a mesma coisa, para "aliviar a austeridade", sem estar "obcecado pela obsessão", porque "só criando mais riqueza é possível distribuí-la". E "se há tantas pedras atiradas, porque será?". Mas aqui, "eu quero um partido de combatentes" e quem não quiser combater "não pode estar na linha da frente". Os passarinhos da plataforma, tão engraçados, tão engraçados, fazem o ninho com mil cuidados...
Santana, vanguardista, neo-tempista, apesar de reconhecer "a lealdade irrepreensível" do líder-companheiro de coligação, está farto de estar coligado e quer platafomizar-se, alargando-se a "outras forças políticas e partidárias e a movimentos de cidadãos". Eis, pois, o grande líder da verdade, plataformista, com um ou mais dos trinta e tal partidos registados, com um ou mais das centenas de movimentos de cidadãos. Até pode inventar um novo partido, verde, vermelho ou cor de laranja, até pode gerar muitos mais movimentos, nascidos de dentro para fora, de forma para dentro, para que a coligação passe a plataforma.
E na plataforma, já se aprestam as forças novas, não sei se o PPM, talvez não o PND, com certeza, o PSN, o PDA, o Pum-Pum e os novos-velhos emergentes como a FLA, a FLAMA, a Frente de Libertação das Berlengas, o Movimento para a Autonomia de Trás-os-Montes, os Verdes da Ria Formosa, o Grupo da Sueca, o Grupo Espírito Santo, o Sporting Clube de Portugal, o Grupo dos Amigos de Helena Lopes da Costa, o Movimento dos Figueirenses Gratos, a secção dos Sportinguistas Agradecidos de Valpaços, o núcleo das Santana-Nets de Alto do Pina, o Pimpampum, o Bobibu, o Perlimpimpim e os Pedros da Quinta, as Cinhas da Costa, os Castelo Brancos de Alcagaitas e o Raio Que os Parta. É sobe, fica e não desce. Mas pode cair.
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