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Sobre o tempo que passa

Espremer, gota a gota, o escravo que mantemos escondido dentro de nós. Porque nós inventámos o Estado de Direito, para deixarmos de ter um dono, como dizia Plínio. Basta que não tenhamos medo, conforme o projecto de Étienne la Boétie: "n'ayez pas peur". Na "servitude volontaire" o grande ou pequeno tirano apenas têm o poder que se lhes dá...

25.1.05

Lançamento do meu "Tradição e Revolução", 1º volume



Não gosto nada de me propagandear a mim mesmo, mas sou obrigado a comunicar, face à gentileza de outros blogues amigos, que se adiantaram, o nascimento de mais um dos meus filhos. Na próxima sexta-feira, dia 28, pelas 18 horas e 30 minutos, no Centro Nacional de Cultura, Galeria Fernando Pessoa, Largo do Picadeiro nº 10, 1º, ao Chiado, ocorrerá o lançamento deste, editado pela Tribuna da História.

Bem gostaria que os meus amigos estivessem presentes.

Agradeço, em especial, ao meu editor Pedro Avillez, ao engenheiro que me aturou na composição, António Macedo, bem como ao apresentador da obra, José Pacheco Pereira, com quem, muito deontologicamente, ainda não contactei por estes dias, mas onde o meu silêncio, colmatado pela editora, apenas significa respeito e admiração. E uma palavra para o Centro Nacional de Cultura, na pessoa do meu companheiro de geração e muitos combates de valores, Guilherme d'Oliveira Martins. Que orgulhoso me sinto de poder lançar uma obra na casa fundada pelo meu mestre de sempre, Fernando Amado!


Aqui vos deixo o sumário irónico da obra, contante da contracapa:

Um império que já não há, uma língua que é futuro, dois regicídios, outros tantos magnicídios, três guerras civis, campanhas de ocupação e guerras coloniais em África, uma permanente guerra civil ideológica, três bandeiras, uma guerra mundial, seis constituições escritas, sete presidentes eleitos pelo povo, oito monarcas, a separação de nove Estados independentes e, muito domesticamente, quinze regimes, com duas monarquias e três repúblicas, sem que voltasse D. Sebastião, apesar dos heróis do mar e do nobre povo.

Mais: oitenta eleições gerais, cento e vinte e tal governos, 13 233 dias de salazarquia, duzentas turbulências golpistas, cinco revoluções, outras tantas contra-revoluções, com restaurações, nostalgias, utopias e reviralhices. Oito dezenas e meia de chefes de governo, cerca de meio milhar de partidos e facções, várias congregações e outras tantas maçonarias, muitas fragmentações de um todo que resiste, com mais de cinco mil factos políticos seleccionados.

E sempre a frustrada modernização de um Portugal Velho que quis ser reino unido e armilar, entre antigos regimes e jovens democracias. Graças à balança da Europa: desde El-rei Junot ao estado a que chegámos, com passagem por Évora-Monte, Gramido, Ultimatum, Grande Guerra, neutralidade colaborante, Vaticano, CIA, KGB e integração na CEE. Sobretudo, um povo sem rei nem lei e até sem sinais de nevoeiro.