A galinha negra, o direito à vida e os muitos choques na capoeira eleitoral
O camarada Francisco, quando, dirigindo-se ao mano do camarada Miguel, disse "o senhor não sabe o que é gerar uma vida. Não tem a minima ideia do que isso é. Eu tenho uma filha. Sei o que é o sorriso de uma criança. Sei o que é gerar uma vida", apenas o fez, segundo o camarada Lopes, porque "há um limiar de hipocrisia muito forte da parte de Paulo Portas, que constrói uma fachada de conservador, de homem de Estado, mas que depois não a leva até às últimas consequências". Já o camarada Pureza não comentou, por não ter assistido ao debate e preferindo abstinência quanto aos pormenores das consequências, face ao nosso défice demográfico. Estava em globalização.
Logo, a mística galinha negra, mãe de todos os pintainhos, cacarejando em protesto, lamentou não ter feito uma interrupção voluntária do respectivo choco, transformando em deliciosa gemada aquilo que veio a ser o pintainho de sua cor, cujo destino de cantar de galo nos continua a galar a todos. Segundo um "site" a que acedi pela via do extinto PSR, pode ler-se: ao estudar a virulência e a tenacidade dos sentimentos anti-pintainhos, psicólogos estão a descobrir pistas para fontes mais profundas dos galifões. As novas descobertas confirmam a teoria que diz que alguns galináceos utilizam a hostilidade e a violência contra os ditos cujos para se sentirem mais seguros com a sua pintainhice. Mas os psicólogos dizem agora que a maior porção da discriminação contra os ditos surge de uma combinação composta por medo e moralismo, na qual os pintainhos são tidos como ameaças para o universo moral.
Este "choque de camaradas", que tanto chocou a capoeira, produziu ondas de choques electrizantes que levaram os santanistas a clamar pelo "choque de gestão", prometendo que seremos o país com melhor qualidade de vida da União Europeia, com muitos "carrinhos de choque", movidos a energias alternativas, enquanto os socráticos logo replicaram com um "choque tecnológico", nomeadamente pela diminuição de 75 000 funcionários públicos, talvez com transferência para empresas municipais de lixo, graças à engenharia "práfrentex", modelo Mariano Gago em ritmo "tecno". Vale-nos Jerónimo que resistindo aos tratamentos de choque, prefere os gaiteiros e as gaitas de foles, com que vai visitando as ruínas dos respectivos santuários, invocando a tradição. Esperemos pelo próximo "tsunami" eleitoral e não nos transformemos em frangos na tábua, depois dos choques letais.
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