A mercearia lusitana, campanários e negocismos
As grandes épocas da história são aquelas em que os povos lutaram pela liberdade, não aquelas em que eles a obtiveram
(Fernando Pessoa)
A pátria nunca estará em perigo porque não passamos de mera subsecção de um armazém maior, onde tudo depende dos agentes da contabilidade e da segurança, nesta Europa e nesta república de uns portugueses crescentemente despolitizados, mas que tem de concorrer com outras entidades políticas onde, além de haver autonomia da sociedade civil, há também indivíduos autónomos que já se habituaram à edição e cumprimento das próprias normas que editam.
Todo o combate contra a opressão verdadeira é um combate pela liberdade; ao passo que um combate pela opressão suposta é apenas um combate pela indisciplina
(Fernando Pessoa)
O sentido cívico da república não aguenta este vazio de futuro e esta falta de esperança que nos vai desmobilizando. Mas avizinha-se uma mais grave crise de confiança nas instituições públicas, fragmentadas que estão pelos pequenos interesses de campanário e negocismo, nestas trocas e baldrocas de corrupção e nepotismo, onde os ricos são cada vez menos e cada vez mais ricos e os pobres cada vez em maior número e cada vez mais pobres.
Haverá essa marcha, conseguida a liberdade real, para a fictícia, porque, tornada positiva a ideia de liberdade, ela breve se apresenta como fim, em vez de meio
(Fernando Pessoa)
Vale-nos o céu azul e o sol a rodos esta suave sombra dos pinhais, em tempo de canícula, bem como aptecerem longos passeios à beira mar. Só que já poucos parecem acreditar nos bailados discursivos.
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