a Sobre o tempo que passa: Portugal que partiu

Sobre o tempo que passa

Espremer, gota a gota, o escravo que mantemos escondido dentro de nós. Porque nós inventámos o Estado de Direito, para deixarmos de ter um dono, como dizia Plínio. Basta que não tenhamos medo, conforme o projecto de Étienne la Boétie: "n'ayez pas peur". Na "servitude volontaire" o grande ou pequeno tirano apenas têm o poder que se lhes dá...

2.7.05

Portugal que partiu

Portugal que partiu
já não pode regressar.
Quem foi além de si mesmo
nunca mais pode voltar.

Pátria antiga, permanecente,
desde sempre prometida.
Irmã de todas as pátrias
que hão-de ser o poder ser.

Não há mundo que nos chegue
nem índia que tenha sítio
na nossa esfera armilar.
Portugal sempre foi
mais do que o seu próprio lugar.