a Sobre o tempo que passa: Terrorismo e corrupção, Aldoar, Grupo de Argel e Lili Caneças contra o efeito Bárbara

Sobre o tempo que passa

Espremer, gota a gota, o escravo que mantemos escondido dentro de nós. Porque nós inventámos o Estado de Direito, para deixarmos de ter um dono, como dizia Plínio. Basta que não tenhamos medo, conforme o projecto de Étienne la Boétie: "n'ayez pas peur". Na "servitude volontaire" o grande ou pequeno tirano apenas têm o poder que se lhes dá...

30.9.05

Terrorismo e corrupção, Aldoar, Grupo de Argel e Lili Caneças contra o efeito Bárbara



A pátria acordou hoje empolgada porque o presidente Sampaio vai finalmente falar "urbi et orbe". Não é sobre o caso Felgueiras, ou sobre as agressões de Aldoar, mas lá mais ultramontanamente, em Florença, sobre o relançamento da construção europeia que é uma coisa que Pacheco Pereira tinha no defunto sítio do não. Os eslovacos que derrotaram o Porto estarão atentos. Os suecos que humilharam o Sporting Clube de Peseiro preparam-se para devorar as palavras do nosso chefe do Estado. É que seis meses após ter tomado posse, o Governo PS perdeu a graça e o estado de graça e ameaça resvalar para a desgraça, com a consequente remodelação de Freitas do Amaral e a manutenção de Gago, dado que, segundo a sondagem da Marktest para DN e TSF, o PS cai nove pontos percentuais, baixando dos 43% em Julho, contra os actuais 34%. Só o Vitória de Guimarães de Jaime Pacheco se safou, pondo os polacos na ordem, na terra de João Paulo II.

Avisa Rui Pereira, ex-director do SIS, que o fenómeno da corrupção ao nível do aparelho do Estado (englobando a Administração Central e Regional) deve ser equiparado ao terrorismo e combatido com os mesmo meios utilizados para desmantelar as organizações terroristas, no mesmo dia em que o "Correio da Manhã" informa que os terrenos que deram origem ao empreendimento ‘Quinta das Pevides’, em Mafra, foram vendidos pela autarquia a vários proprietários, entre os quais o pai, José Maria dos Santos, do presidente da Câmara, algum tempo antes de serem classificados pelo PDM (Plano Director Municipal) como urbanizáveis.



Entretanto houve eleições locais na faixa de Gaza, com os fundamentalistas e terroristas do Hamas a crescerem, contra o governo do partido de Arafat, em nome da luta contra a corrupção. Já na Argélia, num referendo proposto pelos anti-fundamentalistas e anti-terroristas no poder, parece que venceram os que são acusados de corrupção. Isto é, em muitos sítios faz-se terrorismo contra a corrupção e a paz identifica-se com a estagnação da chamada compra do poder. Já em Lisboa o governo parece que vai afastar os gestores públicos da REFER acusados de contratações cruzadas. Resta saber se depois de "boys" laranjas, se irão suceder "boys" e "oldmen" da faixa cor de rosa. O estado de graça já foi e começa a valer tudo.



Já Paulo Portas, ex-líder popular, só esclarecerá se admite, ou não, uma candidatura à Presidência da República depois das eleições autárquicas. Até lá, nem uma palavra. Outra foi a postura de Santana Lopes, para quem no conceito de andar por aí não se inclui tal tipo de candidatura. Já Narana Coissoró, porque desta não é deputado, não voltou a propor a candidatura de Adriano Moreira. Vale-nos que Lili Caneças, celebridade do ‘jet set’, apoia a candidatura de Carmona Rodrigues à presidência da Câmara de Lisboa, segundo revelou fonte da candidatura. Entretanto qualquer semelhança de Bouteflika com o grupo de Argel pouca coincidência tem com alguns incidentes da guerra colonial no Norte de Angola.



Entretanto, no "Jornal de Notícias", faço breve depoimento sobre o caso Aldoar, onde lembro que os cidadãos se recordam do caso de Felgueiras, em que Francisco Assis foi agredido pelos apoiantes da presidente da Câmara. "O candidato do PS tem um histórico semelhante pelo que, mesmo sem o conhecer, tenho a certeza que não promoveria uma acção destas". Além do mais, o Partido Socialista viveu recentemente o caso de Sousa Franco na lota de Matosinhos e repudiou a actuação dos seus militantes. Até disse acreditar que o "efeito bola de neve não tem terreno para se desenvolver no Porto", porque Assis se prontificou a repudiar a acção. "Se Rui Rio se fizer de vítima sai-lhe o tiro pela culatra", conclui. Porque a teoria da bofetada da Marinha Grande aconteceu quando Soares combatia um PCP totalitário e pró-soviético que nunca tinha desautorizado os agressores de Sousa Franco nem processado Fátima Felgueiras. E este PSD, ao que parece, é aquele que afastou Paulo Morais...

Como diz alguém num blogue vizinho, a nossa Fatinha está é a deixar muitos colegas candidatos azuis de inveja. Acima da esquerda e da direita, dos vícios e das virtudes, aí está o espectáculo de uma hábil sobrevivente num mundo político que o povo detesta. Ama-se a Fatinha, odeia-se a justiça e detestam-se os politicos. Nesse mesmo local, veja-se este "apanhada": Não seria bom terem um botão em vossas casas onde pudessem carregar quando tivessem um problema e vinha logo alguém?, Zezinha Nogueira Pinto para idosos lisboetas. Já existe, sôtora. Para a Renata, a Sheila, a Vanessa ou a Diabinha Devoradora.