Segundo dia da era neocavaquista, ainda sem, aqui, saudar os vencedores
Foto de Chema Madoz
Segundo dia inteiro da era neocavaquista, onde me abstenho de intervencionismo crítico face àquilo que o meu povo quis e quer. Logo, apenas recordo que, nesta data, no ano de 1732, nasceu Beaumarchais que, citando de ouvida, clamou qualquer coisa como esta: a culpa de continuar a haver escravatura está nos escravos que não promoveram a necessária revolta de escravos. Daí que dê um salto até 1984, quando foram postos à venda os primeiros computadores da Apple Macintosh, a que, aliás, nunca aderi, porque passei directamente do Sinclair para o PC, sem qualquer preconceito ideológico, dado que um distinto colega meu, na altura militante do PCP, fiel ao internacionalismo proletário, preferiu acreditar no que era o “software” soviético, renunciando à utilização daquilo que então eram os programas para bases de dados e processamento de texto das multinacionais capitalistas. Sem qualquer fidelidade liberal, cá por mim não renunciei tanto ao velho “Dbase3” como ao esquema de notas de pé de página que me eram dadas pela IBM.
Continuando a recordar, apenas assinalo que neste dia, em 1821, se deu a primeira reunião das Cortes resultantes da revolução de 24 de Agosto de 1820, exactamente no Palácio das Necessidades, que é agora a casa do ministro Freitas do Amaral e dos respectivos convidados para a iluminada formação em diplomacia, fornecida por não-diplomatas. Indo mais lá para o fim do século XX, nesta mesma data do ano de 1993, graças a Manuel Monteiro, o velho partido dito CDS passou também a chamar-se Partido Popular, agrupamento este a que nunca pertenci, ao contrário do que continua a ser propalado por certas lendas e narrativas e alguma literatura de justificação.
Foto de Chema Madoz
Para os devidos efeitos, informo os meus habituais leitores que não estou a dedicar ao blogue as reflexões necessárias sobre este período pós-eleitoral, porque tenho que terminar um relatório periódico exigido por lei, para a lustral actividade de um professor catedrático, e também porque sou obrigado a perder os meus neurónios em sucessivas reuniões do meu conselho científico sobre a recepção do espírito bolonhês. Nem sequer tive tempo de passar a escrito o depoimento que prestei ontem à TSF, pela manhã, sobre a matéria.
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