Espremer, gota a gota, o escravo que mantemos escondido dentro de nós. Porque nós inventámos o Estado de Direito, para deixarmos de ter um dono, como dizia Plínio. Basta que não tenhamos medo, conforme o projecto de Étienne la Boétie: "n'ayez pas peur". Na "servitude volontaire" o grande ou pequeno tirano apenas têm o poder que se lhes dá...
• Bicadas recentes
Estes "breves aforismos conspiradores, sofridos neste exílio interno, lá para os lados de São Julião da Ericeira, de costas para a Corte e com os sonhos postos no Atlântico..." começaram a ser editados em Setembro de 2004, retomando o blogue "Pela Santa Liberdade", nascido em Maio de 2003, por quem sempre se assumiu como "um tradicionalista que detesta os reaccionários", e que "para ser de direita, tem de assumir-se como um radical do centro. Um liberal liberdadeiro deve ser libertacionista para servir a justiça. Tal como um nacionalista que assuma a armilar tem de ser mais universalista do que soberanista". Passam, depois, a assumir-se como "Postais conspiradores, emitidos da praia da Junqueira, no antigo município de Belém, de que foi presidente da câmara Alexandre Herculano, ainda de costas para a Corte e com os sonhos postos no Atlântico, nesta varanda voltada para o Tejo". Como dizia mestre Herculano, ao definir o essencial de um liberal: "Há uma cousa em que supponho que ate os meus mais entranhaveis inimigos me fazem justiça; e é que não costumo calar nem attenuar as proprias opiniões onde e quando, por dever moral ou juridico, tenho de manifestá-las"......
Este portal é pago pela minha bolsa privada e visa apenas ajudar os meus aluno. Não tive, nem pedi, qualquer ajuda à subsidiocracia europeia ou estatal
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Sebastião da Gama, Grócio, mar sem fim, endireitas e férias pascais
Reparo que hoje, dia dez de Abril, tenho de comemorar a data de nascimento do meu poeta, Sebastião da Gama (1924), esse paradigma do professor que me ensinou a peregrinar por tudo quanto era "Serra Mãe". Apenas digo que tenho a idade do filho que ele nunca teve.
Aliás, nesta data, também nasceu Hugo Grócio (1583), que alguns qualificam como fundador do direito internacional ainda actual, esse protestante das Províncias Unidas cujas teorias serviram para que em nome do "mare liberum" se fechasse o ciclo de um dito "mare clausum", nomes eruditos que significam apenas o triunfo do imperialismo dos protestantes contra o imperialismo dos católicos ibéricos. Curiosamente, as novidades do autor são quase todas assentes em citações de tomistas e neotomistas católicos, mas os editores protestantes das respectivas obras preferiram censurar tais referências, repetindo o que a censura católica do "nihil obstat" praticava.
Por mim, prefiro o mar sem fim que é português, porque compreende o imenso e impossível oceano. O que, largando dos mediterrâneos, ou mares interiores, vai do Atlântico ao Índico e circum-navega o Pacífico, à procura do abraço armilar.
E para que o dia se feche em efemérides, marquem-se também, nesta data, a carta de lei que cria a Caixa Geral de Depósitos (1876) e a constituição da União Liberal Republicana (1926), um pouco antes do 28 de Maio, dequem os principais líderes do novo partido quiseram ser o espírito, desde Francisco da Cunha Leal a Bissaya Barreto ou Duarte Pacheco, para misturarmos opositores, aliados e activistas do salazarismo.
Já agora, uma nota para duas efemérides do dia 8, anteontem, que não assinalei: o surgimento da revista "Nação Portuguesa" (1914), órgão do Integralismo Lusitano, e do jornal "A Rua", de Manuel Maria Múrias. Ainda conservo na memória o primeiro número deste belo pasquim, onde o actual ministro dos estrangeiros deste governo socialista já se antevia a si mesmo: ele que era, então, o chefe dos "endireitas do Caldas" (Múrias dixit) atacava Salazar, considerando-o um socialista. Voltas que a marquesa do psicanalista dá...
Por mim, ando para aí a arrumar ideias para a conferência que, amanhã, dia 11, terei a honra de proferir como convidado na Real Associação de Lisboa, Espaço Chiado, pelas 18, 30 h, sobre os conceitos de consensualismo e absolutismo, onde tentarei recordar quem somos, donde viemos e para onde vamos. São assim as férias pascais de um professor, que logo terá de preparar outra, a proferir na Comisão de Ética da Assembleia da República, sobre ética e política, no contexto da relação entre opinião pública e mandato parlamentar, a emitir no dia 18, no Palácio de São Bento.
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