Espremer, gota a gota, o escravo que mantemos escondido dentro de nós. Porque nós inventámos o Estado de Direito, para deixarmos de ter um dono, como dizia Plínio. Basta que não tenhamos medo, conforme o projecto de Étienne la Boétie: "n'ayez pas peur". Na "servitude volontaire" o grande ou pequeno tirano apenas têm o poder que se lhes dá...
• Bicadas recentes
Estes "breves aforismos conspiradores, sofridos neste exílio interno, lá para os lados de São Julião da Ericeira, de costas para a Corte e com os sonhos postos no Atlântico..." começaram a ser editados em Setembro de 2004, retomando o blogue "Pela Santa Liberdade", nascido em Maio de 2003, por quem sempre se assumiu como "um tradicionalista que detesta os reaccionários", e que "para ser de direita, tem de assumir-se como um radical do centro. Um liberal liberdadeiro deve ser libertacionista para servir a justiça. Tal como um nacionalista que assuma a armilar tem de ser mais universalista do que soberanista". Passam, depois, a assumir-se como "Postais conspiradores, emitidos da praia da Junqueira, no antigo município de Belém, de que foi presidente da câmara Alexandre Herculano, ainda de costas para a Corte e com os sonhos postos no Atlântico, nesta varanda voltada para o Tejo". Como dizia mestre Herculano, ao definir o essencial de um liberal: "Há uma cousa em que supponho que ate os meus mais entranhaveis inimigos me fazem justiça; e é que não costumo calar nem attenuar as proprias opiniões onde e quando, por dever moral ou juridico, tenho de manifestá-las"......
Este portal é pago pela minha bolsa privada e visa apenas ajudar os meus aluno. Não tive, nem pedi, qualquer ajuda à subsidiocracia europeia ou estatal
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O antigo já foi moderno, de que o moderno há-de ser antigo
Esqueci-me de anotar algumas efemérides, constantes da minha agenda. Entre as de hoje, para além do começo das conferências do Casino, em 1871, importa assinalar a criação da moeda nacional republicana, o defunto escudo, em 1911. Porque se ontem, dia 21, tivesse escrito, teria de assinalar, para além da inauguração da Expo 98, o nascimento de Platão (427 a. C.) e a emissão, pelo salazarismo, da lei sobre a extinção da maçonaria (1935). E anteontem, dia 20, a morte de Cristóvão Colombo (1506) e a chegada de Vasco da Gama a Calecute (1498), para além da fundação da Casa Pia (1780), do nascimento de John Stuart Mill (1806) e da tomada de posse de Spínola como governador da Guiné (1968).
Porque o tempo é este cruzamento de memórias explosivas, de sementes que se propagam em ideias, crenças, valores, medos e ódios, onde só é moda aquilo que passa de moda, onde só é novo aquilo que se esqueceu, porque só há o verdadeiro fora do tempo, porque, como costumo citar de Vieira, o antigo já foi moderno, de que o moderno há-de ser antigo.
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