a Sobre o tempo que passa: Confessos iberistas, filatelias filantrópicas, comendas, prebendas, berloques e sinecuras...obviamente, demitam-se!

Sobre o tempo que passa

Espremer, gota a gota, o escravo que mantemos escondido dentro de nós. Porque nós inventámos o Estado de Direito, para deixarmos de ter um dono, como dizia Plínio. Basta que não tenhamos medo, conforme o projecto de Étienne la Boétie: "n'ayez pas peur". Na "servitude volontaire" o grande ou pequeno tirano apenas têm o poder que se lhes dá...

12.5.06

Confessos iberistas, filatelias filantrópicas, comendas, prebendas, berloques e sinecuras...obviamente, demitam-se!


Agradeço ao Movimento para a Defesa das Vacas Sagradas no Poder (MDVSP) as ilustrações supra e infra

Depois de um fim de semana de Primavera, passado em noite aberta, num desses vales do Ribatejo, fiquei sem a agenda das efemérides e vou meditando sobre as da semana que passou, e que nem sequer entrarão num pé-de-página da história, incluindo a publicação do tratado sobre eleições perdidas do filósofo, candidato a Jacques Lang lusitano. Julgo que as declarações do confesso iberista e ex-comunista, ministro dos TGVs e das Otas deste governo, não merecem chicana e, muito menos, que alinhemos atrás desse paradigma de patriotismo que é o deputado minhoto Melo, depois de Nuno.

Apenas sugerimos que sua excelência ministerial consulte qualquer enciclopédia antes de proferir declarações à TSF, onde falou na língua comum castelhano-portuguesa, originária dos antigos iberos, ofendendo a cultura geral dos engenheiros e a própria herança dogmática do marxismo-leninismo-cunhalista, onde continuo a preferir o real patriotismo de Miguel Urbano Rodrigues aos Iberdrolas e lugares paralelos, até porque ofendem a memória dos distintos iberistas que tivemos e o sonho dos que, como eu, admitem uma futura federação europeia, assente numa federação ibéricas dos reinos medievais independentes, nesse dividir para unificar contra o imperialismo castelhano, inventado por um belga em 1516 e que seria de compensar com a América do Sul, como foi defendido por Gilberto Freyre.


A secção da esquerda situcionista do MDVSP saindo da casca e cansada das cimeiras



Analisando as questões dos selos iberistas, reparo que a consultadoria é emprego que se ganha depois de se ter sido ministro de Estado, pelo que talvez fosse de exigir aos que os exerceram tal missão em nome do povo, que fizessem uma declaração pública, não do que entra na respectiva conta bancária, mas das funções não públicas que passam a exercer depois de colocarem no bengaleiro das tralhas o tal chapéu de funcionário da comunidade. Não para que os senhores polícias, magistrados e juízes os accionem criminalmente, de acordo com as leis que os da casta superior fizeram ou poderiam fazer, mas para que o senhor povo, que somos nós todos, possa avaliar cívica e moralmente os pretensos vacas sagradas.

Saudamos, portanto, as nomeações do presidente Cavaco para os supremos conselhos da comenda, nesta sociedade da corte e da prebenda, onde há uma relação directa entre o berloque e a sinecura, face a esta "network" de cunhas e vaidades, onde acaba por ser predominante o processo do habitual curto-circuito. típico desta democratura de intermediários intocáveis


A secção oposicionista do MDVSP, ainda embargada e por condecorar

Porque, antigamente, chamava-se, à aliança da pretensa ciência certa com o poder absoluto, depotismo iluminado. Hoje, a coisa ainda não tem nome. Prefiro o que lhe deu Salgueiro Maia, no Largo do Carmo, no dia 25 de Abril de 1974: é o Estado a que chegámos. Porque cada Estado gera o seu próprio status, onde há sempre um l' état que são eles. E, comemorando o centenário de Humberto Delgado, lembrando o primeiro cartaz político que vi colado numa parede, quando tinha apenas seis anos de idade, apenas direi, que bem precisávamos de alguém que, representando directamente os povos, obviamente os demitisse...


A secção "sociedade civil" do MDVSP, clamando pelo "deixóspoisar" na consulta e avença

Lá reencontrei a agenda das efemérides, pelo que não posso deixar de assinalr que hoje, 15 de Maio, no ano de 1891, o papa Leão XIII emitiu a "Rerum Novarum", com a qual os católicos foram autorizados a fazer o jogo demoliberal, não sem que, nesta data de 1915, os afonsistas tenham promovido um sangrento golpe contra o governo do preisdente Manuel Arriaga, então encabeçado pelo general republicano Pimenta de Castro, deixando 102 mortos em Lisboa. Tal como em 1925 a Legião vermelha promovia um atentado contra o comandante da polícia Ferreira do Amaral, o tal que depois do 28 de Maio, com o seu ajudante Agostinho Lourenço vai dar corpo à polícia política do Estado Novo. Aliás, se ontem, dia 14, tivesse agenda e net, teria de assinalar a criação do defunto Pacto de Varsóvia em 1955, e a subida de Samora Machel à presidência da FRELIMO, em 1970. Tal como anteontem, dia 13, para além de Fátima, haveria que recvordar que nesse dia de 1699 nasceu Sebastião José de Carvalho e Melo, bem como, em 1767, um tal D. João que há-de ser o rei D. João VI.