a Sobre o tempo que passa: A festa do sol

Sobre o tempo que passa

Espremer, gota a gota, o escravo que mantemos escondido dentro de nós. Porque nós inventámos o Estado de Direito, para deixarmos de ter um dono, como dizia Plínio. Basta que não tenhamos medo, conforme o projecto de Étienne la Boétie: "n'ayez pas peur". Na "servitude volontaire" o grande ou pequeno tirano apenas têm o poder que se lhes dá...

22.6.06

A festa do sol

Neste puro prazer de sentir a caneta a deslizar no papel, enquanto trinco uma maçã na solidão da noite, vou sentindo o marulhar dos pinheiros e o brilho das estrelas.

E sulcando livre em meu destino, mesmo que seja contra quem sou, me continuo nesta procura de estar vivo...

O limite é um muro que nos esconde um pedaço de estrada, ensombreando o sonho de quem sou e sofro

Da janela do meu sótão, olhava o sonho que via diante de mim: do cedro que me dava além, ao Sul, e da gruta fechada onde guardava quem sonho...

Continuo a ser procura das coisas que sou, mas não consigo...

Recordo mesa com toalha de linho e um pão de cruzado, comprado na ti Vieiguita, bem como uma janela de guilhotina, em casa de minha avó...